Uma série de Tardes de Campo está sendo realizada na região de Passo Fundo. O foco é a bovinocultura de leite, por isso estações sobre forrageiras e qualidade do leite foram preparadas para esclarecer dúvidas dos produtores e levar novas informações e tecnologias. Os eventos são promovidos em parceria entre Emater/RS-Ascar, Embrapa Trigo e Sebrae, com apoio das prefeituras e dos sindicatos de trabalhadores rurais.
No dia 21 de março, cerca de 200 produtores participaram da Tarde de Campo em Chapada, que contou com a presença do diretor administrativo da Emater/RS, Valdir Zonin. Na terça-feira, 140 pessoas estiveram na Tarde realizada no município de Muliterno. Depois disso, foram realizados encontros no dia 24, em Nova Boa Vista e no dia 25 em Água Santa. Esta semana, dia 30, a tarde de campo será em Nicolau Vergueiro e no dia 31 em Passo Fundo.
Entre os objetivos dessas tardes de campo estão esclarecer agricultores e jovens sobre o manejo correto de sementes de plantas forrageiras e do solo, qualidade do leite e opções viáveis de forrageiras para a pequena propriedade. Para alcançar os objetivos a metodologia utilizada é a divisão dos temas em estações que pouco diferem de um município para outro. Uma estação, coordenada pela Emater/RS-Ascar, aborda a qualidade do leite. Outras abordam temas como adubação de forrageiras, forrageiras de verão gêneros Panicum e Brachiaria.
Casal jovem de Muliterno abre as porteiras para Tarde de Campo
A atividade leiteira na propriedade da família Toldo já existe há 14 anos, mas de seis meses para cá essa responsabilidade está a cargo do casal Nédio Baldin e Francieli Toldo Baldin. Pensando na sucessão da propriedade e em oportunizar uma renda para o jovem casal, o produtor Cláudio Toldo dividiu entre os filhos as atividades da propriedade. Assim, os bovinos de leite ficaram sob responsabilidade da filha e do genro. E foram eles que abriram as porteiras e receberam 140 produtores dos municípios de Muliterno e Caseiros na Tarde de Campo realizada no dia 22 de março.
Mesmo tendo começado há pouco tempo na atividade, Nédio Baldin já se arrisca a dar um conselho: fazer a produção de leite com base em pastagens, por ter um custo menor. Hoje, de um total de 20 vacas, 12 estão em lactação e a produção está em torno de 9 mil litros/mês.
Na estação que abordou a qualidade do leite, o agrônomo da Emater/RS-Ascar, Gilmar Meneghetti, e a extensionista de bem-estar social de Muliterno, Giancarla Ottoni Passos, abordaram os cuidados que se deve ter com a higiene para garantir a manutenção da qualidade. “No se melhora a qualidade do leite, se mantém ou não. Tudo depende dos cuidados”, explicou Meneghetti. Ele alertou para a presença de células bacterianas e de células somáticas no leite, que podem ser indícios de problemas de higiene na hora da ordenha, estresse e desconforto dos animais e até mesmo infecções.
Os cuidados com o solo e a adubação visando a boa produção de pastagem foram o destaque da estação apresentada pelo agrônomo do Sebrae, Antoninho Berton. “A adubação é um investimento”, alertou. Os agrônomos da Embrapa Trigo, Henrique dos Santos e Evandro Lampert, mostraram forrageiras de verão e o manejo correto para evitar os vazios de pastagens. Já o agrônomo Nildo Formigheri apresentou a produção de forragem Brachiarias, que são perenes e resistentes à seca.