O papel da escola no campo em debate

Educandários pretendem firmar parcerias com a Emater para melhorar atendimento dos alunos

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"Como as escolas podem interferir na agricultura familiar?”, foi o tema debatido na terça-feira pela Emater. Na oportunidade a extensionista de bem-estar, Doriana Gozzi Miotto, falou sobre os desafios de educar com qualidade no interior para uma platéia de, aproximadamente, 60 professores e funcionários de sete escolas do meio rural dos municípios de Passo Fundo e Pontão.

Os participantes trabalham nas chamadas Escolas do Campo, que estão inseridas no projeto Escola Aberta, com as séries do primeiro ao quinto ano do ensino fundamental. Doriana apresentou um panorama da realidade do meio rural e avaliou com as professoras como incentivar os jovens a permanecerem no campo, levando educação de qualidade aplicada a sua realidade.  Segundo a extensionista de bem-estar social, Salete Fontana, algumas escolas do interior estão muito urbanizadas, dando pouca atenção para a atividade agrícola que gera o sustento das famílias dos alunos. “Esses locais valorizam pouco este trabalho que é à base da economia dos dois municípios”, afirmou.

A melhora do ensino esbarra em algumas dificuldades como o acesso a redes sociais, mesmo com a maior parte das escolas possuindo salas de informática, não há internet, e em algumas localidades não há sinal de celular e telefone fixo. As escolas pretendem firmar parceria com a Emater/RS-Ascar para criação de hortas, pomares e projetos que possibilitem envolver pais e alunos. Doriana diz que “A Emater está disponível para ajudar nas questões do combate ao êxodo rural. Ajudando toda comunidade escolar a compreender a realidade da vida no campo.”

Relatos
Káren Corrêa de Lara, aluna da Escola Estadual Nicolau de Araújo Vergueiro e que sempre morou no meio urbano, relatou como alguns parentes que são agricultores não tiveram as mesmas oportunidades de aprendizado. “Hoje, se ouve muito falar no produtor rural, mas não há valorização, muitos até menosprezam esta profissão. É preciso dar valor e respeitar, pois nós da cidade dependemos deles. Tudo que acontece no campo reflete diretamente no meio urbano e na economia”, afirma Karen.
Após os debates foi realizada uma atividade em que cada escola fez um diagnóstico da sua situação e o que é necessário para mudar. A partir disto haverá novos encontros, onde a Emater/RS-Ascar ajudará as escolas a montarem os projetos de melhorias.  A professora e diretora da Escola Estadual de Ensino Fundamental 29 de Outubro, que funciona em um assentamento em Pontão, Bernardete Cadoná Schwaab, avaliou o encontro como positivo. “É bom ter este tipo de evento. Buscamos o auxílio da Emater porque é uma instituição que entende de agricultura. Queremos poder ajudar o campo, as agroindústrias e manter os jovens no meio rural, mas para isso é preciso compreender melhor o assunto”.

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