Produtores rurais e representantes das comunidades da região que correm o risco de perder suas terras para indígenas aproveitam hoje a presença do governador Tarso Genro em Lagoa Vermelha para protestar. Eles querem tratar com o governador da situação que envolve a demarcação de cerca de 23 mil hectares de terras nas cidades Mato Castelhano, Marau, Ciríaco, Gentil, Água Santa e, ainda uma área localizada próximo a barragem de Passo Fundo. O movimento é liderado por produtores rurais, representantes de sindicatos e ainda pelas prefeituras dos municípios atingidos.
A discussão pela posse das terras tem origem na Constituição de 1988 que instituiu um prazo de cinco anos para que as áreas indígenas sejam demarcadas. No entanto, segundo o presidente do Sindicato Rural de Passo Fundo, João Batista Fernandes da Silveira, este processo está ocorrendo somente nos últimos anos, liderada pela FUNAI, que busca o reconhecimento na Justiça da área indígena dos Kaingangs, que habitam a região Norte do Estado.
Atualmente, dois grupos de indígenas, com aproximadamente 300 pessoas, estão acampados em Mato Castelhano. A ocupação, conforme o presidente, tem gerado graves conflitos com a comunidade local. “Os índios ocuparam as diversas propriedades particulares, provocando uma divisão das comunidades e trazendo uma intranqüilidade do produtor rural que há décadas tem a propriedade das terras e delas tira o seu sustento”, relatou. Segundo o procurador geral do município de Mato Castelhano, Luciano Toson, os índios asseguraram no Supremo Tribunal Federal a permanência no local até o dia 30 de março, para conclusão do laudo antropológico que determinará o ganho da questão.
Encontro para o desenvolvimento
A primeira edição do “Encontro para o Desenvolvimento”, promovido pelo governo estadual, acontece hoje (15), a partir das 10 horas, no CTG Alexandre Pato, em Lagoa Vermelha. Com a presença do governador Tarso Genro, o objetivo é conectar as ações do Governo às prioridades de cada região. Na programação dos debates, estão os temas: Infraestrutura (estradas e energia elétrica); Agricultura (cooperativas, cisternas, agricultura familiar, ovinos, áreas indígenas e quilombolas); Educação (debate sobre a federalização da Escola Agrícola de Lagoa Vermelha) e Saúde (regionalização do hospital São Paulo de Lagoa Vermelha e fortalecimento dos hospitais regionais em São José do Ouro, Tapejara e Sananduva).
