Na manhã desta terça-feira, aconteceu no auditório central do parque da Expodireto Cotrijal, o 23º Fórum Nacional da Soja. Os produtores que participaram do fórum saíram com a informação de que o mercado continua volátil, mas tende a se manter favorável. A avaliação é do analista de mercado Alexandre Mendonça de Barros, da MB Agro, de São Paulo.
Levando em conta a demanda aquecida, a quebra de safra não só no Brasil, mas também na Argentina e no Paraguai, além dos investimentos que vêm sendo feitos pelos grandes compradores no mercado desde o início do ano, ele afirmou que a tendência é de que os preços mantenham-se no patamar atual ou até subam um pouco nos próximos meses. Uma quebra na safra norte-americana também poderia contribuir para a elevação dos preços. O único fator que poderia estimular uma redução seria alguma novidade em relação à crise financeira europeia, que, segundo Mendonça de Barros, "está longe de ser resolvida".
Outro assunto abordado no fórum e que levou os participantes a refletirem sobre o futuro foi a necessidade de os produtores estarem atentos à movimentação de mercado por parte de grandes grupos que estão se unindo ou incorporando outras empresas. O diretor executivo da Agroconsult e idealizador do Rally da Safra, André Pessoa, apresentou dados que mostram o crescimento dessas corporações, que têm investido em várias áreas do mercado, praticamente monopolizando-o. Ele lembrou que os produtores ligados a cooperativas já estão organizados de forma a se defender desse processo, mas precisam estar atentos a oportunidades de negócios.
Segundo ele, algumas cooperativas já partiram para iniciativas como a criação do que ele chamou de "empresas espelho", que seriam uma espécie de "filial", mas funcionando como sociedades anônimas, para poder investir em industrialização e outras áreas, com capital de fora.
Plantas daninhas em foco
O pesquisador Mário Antonio Bianchi, da CCGL Tec, lembrou aos participantes do Fórum Nacional da Soja, na palestra de abertura do evento, que o manejo de plantas daninhas, para que obtenha a eficiência que se espera, deve ser feito de forma integrada, o ano todo. Alternância de princípios ativos e controle durante o período de inverno são algumas das práticas consideradas fundamentais por ele para que outras plantas, além da buva e do azevém, também se tornem resistentes a herbicidas.
Ele alertou também que a dificuldade no controle de plantas daninhas nesta safra pode gerar problemas para a próxima. Conforme Bianchi, o banco de sementes no solo aumentou muito nesta safra devido à ocorrência de chuvas ter sido insuficiente para que todas germinassem ao mesmo tempo. "O que ocorreu é que elas foram germinando aos poucos e o produtor não conseguiu fazer o controle adequado, logo, estão produzindo sementes e estas vão ficar armazenadas no solo até o próximo ano", explicou.
Com informações Expodireto