Apontamentos quanto aos usos futuros da água serão divulgados em junho

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Cerca de 250 pessoas participaram das quatro audiências públicas realizadas no mês de maio em Passo Fundo, Cruz Alta, Salto do Jacuí e Espumoso para definir o futuro das águas na Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí para os próximos 20 anos. O resultado da manifestação dos usos pretendidos deverá ser divulgado no final de junho. O próximo passo será montar os cenários futuros com as metas para atingir a qualidade de água desejada. A sociedade será convocada novamente dentro de alguns meses para consolidar esses cenários.

Segundo o presidente do Comitê de Gerenciamento da Bacia do Alto Jacuí (Coaju), Claud Goellner, esse processo não impedirá nenhuma atividade econômica, apenas vai condicioná-la para a preservação dos recursos hídricos. “Haverá a consolidação desses cenários pela sociedade e pelo comitê em novas audiências. O objetivo é orientar as ações para preservar os recursos hídricos em qualidade e quantidade e não impedir o crescimento econômico”, frisou Goellner.

A população pôde escolher durante as audiências os seus desejos quanto a diversos usos: irrigação, o uso para o abastecimento público, indústria, geração de energia, lazer e a pesca, entre outros. Conforme o técnico do Departamento Ambiental, Rafael Caruso Erling, a preocupação geral na bacia é o setor produtivo, devido a sua importância econômica na região. “Podemos notar que os usos mais desejados pela população são pela irrigação e dessedentação animal, mas há também há manifestações pelo lazer, pesca amadora, recreação de contato primário e de preservação aquática”, salientou Erling.

A engenheira ambiental da empresa Engeplus, Carolina Heck, enfatizou os fatores que mais chamaram a atenção no estudo apresentado durante as audiências. Entre eles está o comprometimento de água nos rios Jacuí Mirim, Ivaí e Ingaí, principalmente na região de Cruz Alta, devido a irrigação, e na região de Passo Fundo, a preocupação é em relação a qualidade da água na cabeceira do rio Jacuí. A falta de saneamento é a principal fonte de poluição das zonas urbanas da bacia. Na zona rural, o uso de agroquímicos e os dejetos provenientes da pecuária são as principais fontes poluidoras.

A coordenadora ambiental e dos planos de bacias da Engeplus, Josiane Gomes explicou que as manifestações da população serão contabilizadas pela empresa e serão utilizadas para montar os cenários de enquadramento levando em conta a situação atual da bacia e os objetivos futuros apontados pela população. “A partir desses resultados teremos as metas para que ações sejam implantadas na última etapa do processo. Os resultados das manifestações poderão ser conhecidos em um mês e meio”, esclareceu Josiane.

O Plano de Bacia do Alto Jacuí será homologado pelo Conselho Estadual de Recursos Hídricos e terá força de lei. Os setores usuários, os municípios e órgãos licenciadores terão que levar em consideração o enquadramento no momento de implantar as atividades na bacia. 

 

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