Tapejarense é convocado para seleção brasileira de vôlei de surdos

Ele participará dos Jogos Pan-Americanos de Surdos, no qual 15 países participarão em 14 modalidades esportivas.

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Felipe de Oliveira Neto, 28 anos, professor de Educação Física, amante do esporte, mas, sobretudo, do vôlei. Neto joga desde os 16 anos, porém aos 20 sofreu um acidente de carro, no qual perdeu a audição. Após um ano parado ele realizou uma correção de implante coclear e por isso, hoje escuta apenas no ouvido direito. Felipe retornou às quadras e ganhou várias competições de vôlei de praia e de quadra, a mais recente aconteceu em maio quando disputou a 2º etapa do Circuito Nacional para Surdos no vôlei de areia, consagrando-se campeão. Devido a vitória Felipe e seu companheiro de Porto Alegre foram convocados a participar do 5º Jogos Pan - Americanos de Surdos Brasil 2012 que acontecerá de 12 a 24 de junho na Baixada Santista, em São Paulo. Atletas de todo o Brasil vão participar. No Rio Grande do Sul (RS) apenas três gaúchos foram convocados para a competição que terá a participação de 15 países em 14 modalidades esportivas.

O tapejarense embarca ainda nesta semana e diz estar ansioso já que é a primeira vez que participa de um campeonato para surdos. “Eu ainda estou na expectativa por ser a primeira vez que participo, mas é muito bom ser reconhecido, vou jogar no time da Seleção Brasileira de vôlei de quadra”, contou. Felipe, além de jogar na Seleção Brasileira está disputando o Bolsa Atleta que é um programa do governo federal que premia os três melhores atletas de cada modalidade como incentivo para continuar representando o Brasil. O Bolsa Atleta possui três categorias: nacional, internacional e olímpico. “Eu ficando entre os três primeiros colocados eu poderia obter Bolsa Atleta internacional, onde o governo paga uma quantia para os atletas continuarem treinando e representando o Brasil em diversas competições”, destacou.

Dificuldades

Na regra do vôlei a cada infração o juiz apita. No vôlei para surdos não existe apito e sim uma bandeira vermelha que, quando necessária o juiz levanta. A comunicação entre os jogadores acontece através de gestos e libras e, por isso, Felipe disse que poderá ter um pouco de dificuldades já que não conhece libras, por ter perdido a audição quando aulto e não ter deficiência na fala.  Também contou que o esporte voltado para o surdo é muito importante, devido a socialização dos benefícios e também de mostrar a capacidade dessas pessoas já que eles não tem nenhuma limitação física, apenas sensorial e isso não interfere no desempenho profissional.

Além do esporte Felipe frisou que pessoas com qualquer tipo de deficiência ainda sofrem para entrar no mercado de trabalho. “Está sendo feito um grande esforço para incluir qualquer pessoal que tenha algum tipo de deficiência no mercado de trabalho. O surdo ainda está mais atrasado em relação a isso se comparado a um cadeirante, por exemplo, porque o surdo não tem como se comunicar por telefone ou por outras atividades”, ressaltou.

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