A Cáritas Arquidiocesana, em parceria com a Embrapa Trigo, Prefeitura de Sertão e Emater, realizou curso de qualificação para 31 moradoras da comunidade quilombola da Mormaça e merendeiras do município de Sertão. As mulheres residentes na comunidade são as idealizadoras do TransforMaça, projeto que intenciona a organização de uma padaria no local.
Neste sentido, o curso buscou principalmente qualificar as participantes para a produção de pães, cucas, bolachas e bolos, com a assessoria da pesquisadora da Embrapa e doutora em tecnologia de alimentos, Eliane Guarienti. Para a coordenadora do grupo, Laídes da Rosa, o curso é o grande incentivo que as participantes precisavam para efetivar a proposta. Ela explica que, a partir dos aprendizados adquiridos na ocasião, as participantes estão capacitadas, já que “com a padaria estruturada, e qualificadas para o trabalho, a ideia é confeccionar produtos para a inserção na merenda escolar do município”.
Atualmente as 16 famílias residentes no local sobrevivem basicamente através do trabalho das mulheres como domésticas e da prestação de serviços dos homens como diaristas no período de safras e no carregamento de aves em aviários da região. Dessa forma, para proporcionar a organização das mulheres e garantir efetividade da proposta do grupo, a iniciativa foi beneficiada, no início deste ano, por um projeto do Fundo de Solidariedade da Arquidiocese de Passo Fundo, que proporcionou a aquisição de equipamentos necessários para a produção dos panificados.
Segundo a coordenadora da Cáritas Paroquial de Sertão, Gessi Alves dos Santos, que acompanha o grupo, o incentivo se dá através do envolvimento com o trabalho das mulheres, a partir das necessidades apontada pela comunidade. “Nos envolvemos com a iniciativa porque sabemos que elas precisam de um incentivo. Precisam também ter sua própria renda, sem precisarem sair do local onde moram. E esse é o nosso papel, estimular e ajudar no que for preciso”, afirma Gessi.
De acordo com a metodologia de ação da Cáritas, o apoio ao grupo não se traduz apenas na possibilidade de geração e complementação de renda, mas também, e especialmente, no aumento da autoestima das participantes e na construção de políticas públicas que garantam melhores condições de vida à população remanescente de quilombolas.