Com a finalidade de promover o desenvolvimento local e de estruturar as agroindústrias familiares no Estado, foi realizado, nessa terça-feira (24), o Seminário Regional da Política Estadual da Agroindústria Familiar. Com a participação de mais de 130 pessoas, o evento oportunizou a reflexão, a informação e a aproximação de agricultores proprietários de agroindústrias familiares, lideranças e movimentos sociais ao Programa da Agroindústria Familiar da Secretaria de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR). O encontro foi realizado no Colégio Agrícola, em Frederico Westphalen.
O evento teve como foco, por meio de palestras, a Política Estadual da Agroindústria Familiar, o fluxo operacional do Programa da Agroindústria Familiar - Sabor Gaúcho e o arranjo produtivo local e as agroindústrias familiares. Na parte da tarde, foram formados grupos de trabalho que desenvolveram temas sobre comercialização, formalização e gestão. Também foram selecionados cinco delegados para representar a região e auxiliar no plano de trabalho com as demandas regionais, com vistas à realização de um Seminário Estadual da Agroindústria Familiar.
O secretário adjunto da SDR, Ronaldo Franco, ressaltou que a agroindústria familiar promove não só a geração de emprego e renda, mas também possibilita oportunidades para a sucessão familiar. Na mesma linha de pensamento, o gerente regional da Emater/RS-Ascar de Passo Fundo, Milton Rossetto, reforçou que a agroindústria familiar incrementa as economias locais e destacou algumas políticas públicas que abrem postos de comercialização como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).
Em sua apresentação, o diretor do Departamento da Agroindústria Familiar da SDR, Ricardo Fritsh, apresentou o Programa da Agroindústria Familiar. Ele ponderou junto aos participantes que, em um primeiro momento, os consumidores compram com os olhos e, por isso, além da qualidade do produto, é necessária uma boa apresentação da embalagem e rotulagem, e nisso a SDR e a Emater/RS-Ascar dão apoio por meio do Programa. Segundo Fritsh, o RS tem mais de 7.600 agroindústrias na informalidade. A meta até 2014 é trazer 2.000 agroindústrias familiares para a formalidade. Hoje, na região do Médio Alto Uruguai, existem 34 agroindústrias cadastradas no Programa.
Entre as ações do Programa da Agroindústria Familiar estão o apoio à implantação e à legalização; a concessão do direito do uso do selo Sabor Gaúcho; a assistência técnica e extensão rural, essa realizada pela Emater/RS-Ascar; o apoio na comercialização por meio de feiras, eventos, pontos de venda e mercados institucionais; qualificação profissional; confecção de rótulos; e placas indicativas de trânsito, visando à divulgação das agroindústrias.
Para validar a importância da agroindústria familiar, o diretor da SDR apresentou os resultados de uma pesquisa feita pelo Ministério da Integração, em 2004, nos três Estados do Sul. “Em 74% das propriedades com agroindústrias familiares não ocorreu migração de nenhum membro para o meio urbano. E, em 37% dos casos, aconteceu a migração de volta para o meio rural de indivíduos do grupo doméstico que estavam na cidade”, finalizou.
Na oportunidade, a assistente técnica regional da Emater/RS-Ascar, Doriana Miotto, que é coordenadora regional do setor da Agroindústria pela Instituição, apresentou o fluxograma e os trâmites que as agroindústrias familiares precisam seguir para se cadastrarem no Programa. Entre os pré-requisitos estão os cursos de Boas Práticas de Fabricação, de Gestão e de Processamento de Alimentos.
Os participantes assistiram ainda à palestra do professor e doutor em Desenvolvimento Rural Sustentável, Arlindo Jesus Prestes de Lima, sobre Arranjo Produtivo Local (APL) e agroindústrias familiares. Ele fez um resgate histórico, falou da formação dos municípios e da dinâmica agrária. Entre os desafios estão conciliar formalização e a viabilidade econômica e financeira.
Durante o Seminário, três agroindústrias de Frederico Westphalen receberam o certificado de inclusão ao Programa, são elas: Produtos Magalscki, Casa do Mel Gaitcoski e Rapaduras Vitalli.
Para Albino Gaitcoski, da agroindústria Casa do Mel, o evento foi proveitoso. “Foi muito produtivo e a gente leva conhecimento”, disse ele. A sua agroindústria conta com o trabalho de quatro pessoas da família. Na última safra a produção foi de cinco mil quilos de mel.
Após as apresentações dos trabalhos dos grupos que trataram da formalização, gestão e comercialização, ficaram definidos como delegados da região: Vilmar da Silva Pias, Salete Maria Romitti, Diego Monteiro, Selvino Kosvoski, Wagner Rogério Bohn, Arni Nelson Hoffmann.
Seminário da Agroindústria Familiar foi sediado em Frederico Westphalen
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