Caminhoneiros parados na BR 285 voltam para a estrada

Se a manifestação for mantida por mais dias no país, poderá ter reflexos no preço dos produtos

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Dezenas de caminhoneiros que estavam paralisados em dois postos de combustíveis às margens da BR 285, em Passo Fundo, decidiram voltar para a estrada no início da tarde de ontem, enfraquecendo o movimento no município. Eles haviam aderido à greve na   segunda-feira, quando os manifestantes intensificaram os protestos, através da  queima de pneus e abordagens aos motoristas. Cerca de 300 caminhões lotaram o pátio dos dois estabelecimentos.

De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, os protestos foram retomados na manhã de ontem. Por volta das 13horas, o motorista de uma transportadora, que tentou passar pelo local, teve o veículo apedrejado. Um boletim de ocorrência foi registrado na Delegacia de Pronto Atendimento da Polícia Civil. Os policiais ainda precisaram escoltar alguns motoristas que tentavam seguir viagem. Por volta das 14 horas, os caminhoneiros decidiram abandonar a paralisação. Em poucos minutos, os pátios dos dois postos ficaram vazios. Segundo a PRF, a categoria mantinha a mobilização em Tio Hugo.
     
Reflexos na economia

Na avaliação do professor do curso de Economia da UPF, André da Silva Pereira, a redução do tempo de viagem do motorista, prevista na Lei 12.610, tem entre outros objetivos, reduzir o número de acidentes nas estradas. Por outro lado, observa que com menos tempo para rodar, o preço do frete deverá aumentar. O professor afirma ainda que a manutenção da greve por mais alguns dias terá reflexos no preço dos produtos. “No momento em que reduzir a oferta, o valor das mercadorias será atingido” explica.

A União Brasileira de Avicultura já demonstra preocupação com a greve. Em nota, a entidade informa que algumas empresas associadas já relataram problemas com o abastecimento de ração para criação de frangos, com a retenção de centenas de caminhões em rodovias bloqueadas. Presidente  executivo da Ubabef, Francisco Turra diz relata ainda o problema relacionado com os animais vivos, um vez que a produção avícola depende de transporte de pintos de um dia para as regiões produtoras e, posteriormente, de aves vivas para as agroindústrias.  “A UBABEF defende que se impeça um quadro grave no abastecimento da carne de frango, um dos principais alimentos da mesa do brasileiro” diz a nota. De acordo com o presidente da Associação de Avicultores de Passo Fundo, Luiz de Jesus, o abastecimento de ração para os aviários da região era considerado normal até ontem à tarde.

Negociação

O governo federal pediu prazo até 8 de agosto para apresentar uma resposta às reivindicações dos caminhoneiros autônomos, mas condicionou as negociações ao fim do bloqueio de rodovias que já dura sete dias em vários pontos do país. A informação é do presidente da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), Diumar Costa, que se reuniu ontem com o ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos.

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