Temporal em Ernestina

Vendaval deixa Ernestina sem água e energia elétrica

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Gerson Lopes/ON

Desde a passagem do vendaval que atingiu a região norte do Estado, na terça-feira à noite, os cerca de 1,7 mil moradores de Ernestina, estão sem o fornecimento de energia elétrica, abastecimento de água, e sem os  serviços de telefonia fixa e móvel. A força dos ventos derrubou pelo menos 16 postes da RGE, e arrancou do alto da torre, uma das três caixas d´água da cidade, com capacidade para 20 mil litros. A previsão é de que os serviços sejam restabelecidos ainda hoje.

Em razão dos estragos, o prefeito, Aderi Braumgratz Soares,  decretou situação de emergência. Pelo menos 130 casas foram destelhadas. O posto de saúde teve parte do telhado arrancado e o interior do prédio  alagado pela chuva. Apenas casos de emergência estão sendo atendidos. As duas escolas da cidade  não sofreram danos, mas mesmo assim, as aulas foram suspensas  e serão retomadas somente na próxima segunda-feira.

A programação de  20 de setembro, incluindo o  tradicional desfile farroupilha, previsto para hoje,  já está cancelada. “Não tem clima para fazer desfile com a cidade nessa situação” lamentou o secretário de administração Rafael Nickorn.

Segundo ele, nenhuma pessoa ficou ferida durante o vendaval. Algumas famílias que tiveram de abandonar suas casas,  foram amparadas por parentes. A prefeitura iniciou a distribuição de lonas ainda na terça-feira. Ontem, um gerador de energia foi instalado no prédio da prefeitura.

O posto da Brigada Militar e a igreja também tiveram  parte do telhado danificado. O sargento Elvio da Silva, que estava de serviço no momento do vendaval, disse ter sido a pior tempestade vista na cidade. “Ficamos sem telefone e sem luz, não conseguíamos ligar para os bombeiros para pedir ajuda. O posto aqui ficou alagado, foi horrível” lembra. 

Na propriedade do agricultor Vilson Goedel, 51 anos, no interior do município, o vento derrubou postes e dezenas de árvores. O telhado do galpão de madeira foi totalmente arrancado. No galpão ao lado, de alvenaria, as rajadas abriram um rombo em duas paredes. O automóvel, modelo Gol, ano 2011, que estava no interior, foi atingido pelos tijolos. “Eu estava no CTG com a esposa no momento do temporal. Quando cheguei aqui encontrei este cenário de destruição” conta. Em algumas localidades, as estradas ficaram bloqueadas com a queda de árvores.

Rezei durante o temporal

Agricultor aposentado, Attilio Dummel, 75 anos, já havia terminado de fazer suas orações e estava cochilando, quando teve o sono interrompido por um forte assovio no telhado da pequena casa de alvenaria. “Acordei minha esposa e começamos a rezar para Nossa Senhora Aparecida, diante da imagem que temos no quarto, até o vento acalmar” conta. Mais tarde, Dummel foi para o pátio conferir os estragos. Além da queda de um poste, que por muito pouco não atingiu a parede da casa, a garagem de madeira, onde a Belina do aposentado estava estacionada, havia sido completamente levada pelo vento. “Não sei onde a garagem foi parar. Os caibros de madeira foram arrancados. Nunca tinha visto algo assim”. O casal teve de abandonar a residência e passar a noite na casa de um dos filhos.

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