Bovinocultura de leite ganha destaque

Região - Lagoa Vermelha

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Com os objetivos de incentivar os produtores de gado leiteiro a melhorarem o sistema produtivo em suas propriedades, além de propiciar troca de experiências e conhecimento, foi realizada uma Tarde de Campo sobre Bovinocultura de Leite em Lagoa Vermelha, na última quinta-feira (25). A sede do evento foi na propriedade de José Roberto Lemos de Almeida, e sua família, na localidade de Capão do Cedro. Estiveram presentes 200 pessoas, entre agricultores, lideranças, estudantes e técnicos.


A propriedade de José Roberto Lemos de Almeida tem 37,5 há e tem no leite a atividade principal, há 20 anos. “Quando eu comecei a produção era de 30 litros/dia, hoje é de 600 litros/dia”, disse. Ele conta com 35 vacas em lactação e afirma que o crescimento veio aos poucos. Segundo Almeida, o segredo do sucesso na atividade está na alimentação dos animais, em especial pastagens, e na genética dos animais. Sobre sediar uma Tarde de Campo, ele sente-se feliz e orgulhoso. “Que eles possam tirar algum proveito da minha propriedade para levar para as deles”, falou o anfitrião.

A tarde contou com cinco estações. Na primeira, o agrônomo da Emater/RS-Ascar, Leandro Nicolacopolus Soares, fala sobre criação da terneira. Segundo ele, a criação da terneira inicia antes mesmo de ela nascer, ou seja, na escolha do sêmem e na alimentação da vaca que irá pari-la, alimentação essa que deverá ser rica em proteína. Outros cuidados ressaltados pelo agrônomo foram a limpeza da terneira logo após o parto, a estimulação da circulação de sangue com massagem ou deixando a vaca lamber a cria e a cura do umbigo.

Na estação sobre pastagens perenes, apresentada pelo agrônomo da Emater/RS-Ascar, Vilson Nadin, o destaque foi para a diminuição no custo de produção, quando essa é feita a base de pastagens, sobretudo com pastagens perenes. Segundo os cálculos apresentados pelo agrônomo, em um hectare de pastagem perene, com sete animais, tendo cada um uma produção média de 13 litros de leite/dia, é possível ter uma renda líquida de mais de R$10 mil. Nadin ainda alertou para as necessidades de adubação, cuidados com o manejo e irrigação das pastagens.

Na parcela apresentada pela Embrapa Trigo, o destaque foi o planejamento, visando a produção de pastagens praticamente o ano inteiro. “Nós no Rio Grande do Sul temos a melhor condição de produzir forragens, em comparação com o resto do mundo. E isso faz com que a produção de leite tenha custo menor. O que precisamos é trabalhar com ajustes para ter pastagem o maior período de tempo possível”, esclareceu o agrônomo da Embrapa Evandro Lampert. Outro alerta da Embrapa foi de que quem trabalha com gado de leite precisa ter pastagem perene.
Na oportunidade, o gerente regional adjunto da Emater/RS-Ascar, Jorge Buffon, salientou o crescimento e o fortalecimento que vem acontecendo no município da agricultura familiar, onde se caracterizava a pecuária de corte e os grãos. Esteve presente também a diretora adjunta do Departamento da Agricultura Familiar da SDR, Lionara Leão, que ressaltou o fato de a família anfitriã ser participante do Programa Leite Gaúcho e do Programa de Irrigação.

Números
O município de Lagoa Vermelha conta hoje com 360 produtores de leite e um plantel de 3.470 animais. A produção média é de 14 litros/vaca/dia. De acordo com o chefe do escritório municipal da Emater/RS-Ascar de Lagoa Vermelha, Idenir Deggerone, a atividade leiteira é uma das prioritárias no município. “Aqui temos mão de obra disponível, é uma atividade que traz renda mensal ao produtor e cobre os custos fixos das propriedades, temos clima e relevo favoráveis e aptidão para a atividade, visto que temos o histórico da atividade em gado de corte”, avaliou Deggerone.

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