Agricultores fazem protesto na BR-285 em Mato Castelhano

Mobilização pretende chamar a atenção da população para a possibilidade de demarcação de áreas indígenas

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A possibilidade de demarcação de 22 mil hectares como área indígena preocupa centenas de famílias de agricultores nos municípios de Mato Castelhano, Gentil, Água Santa, Marau e Ciríaco. Na sexta-feira eles realizaram uma manifestação para chamar a atenção da comunidade para o problema que a região está enfrentando. Durante o dia eles interromperam o tráfego na BR-285 que só era liberado a cada hora.

Para chamar a atenção, os agricultores levaram tratores, colheitadeiras e outros veículos para a beira da rodovia. Cartazes e faixas estendidos em vários locais questionavam a legalidade do processo e o desrespeito com as escrituras possuídas por algumas famílias há mais de 130 anos. O produtor Gilson Manfroi é um dos organizadores do protesto. Ele explica que este foi o segundo manifesto realizado para alertar sobre o problema. Ele defende que se faça uma política para inclusão social dos indígenas, mas não como está sendo conduzido o processo.

Manfroi destaca que os agricultores tiveram apenas acesso a um mapa com áreas destacadas como possíveis terras indígenas, porém não tiveram acesso aos laudos e ao processo administrativo. Se o processo em andamento na Funai se concretizar, apenas o município de Mato Castelhano terá mais de 3,5 mil há desapropriados e demarcados como área indígena. “Queremos que se faça uma política justa”, pontua destacando que o processo em andamento é um desrespeito à Constituição Federal. Ele destaca

Entre os locais atingidos está a propriedade de Orildo Savi, na localidade de Tijuco Preto, com pouco mais de 11 hectares. A terra é da família há três gerações onde se produz soja, milho e se criam vacas de leite. “Preciso fazer a correção de solo e teria condições de contratar financiamentos de R$ 10 mil com o governo para isso, mas tenho medo porque caso as terras sejam demarcadas não terei como pagar”, lamenta. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal de Passo Fundo que é responsável pela rodovia, durante os períodos em que o trânsito ficou fechado, filas de até sete quilômetros se formaram.

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