Agricultores acorrentados protestam contra violência em Sananduva

Manifestação foi realizada na praça central do município em repúdio às agressões sofridas por três agricultores na segunda-feira durante conflito com indígenas

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Acorrentados! Este é o sentimento dos agricultores que protestaram na tarde de terça-feira (16), na praça central de Sananduva. A manifestação foi um ato de repúdio ao confronto entre agricultores e indígenas que aconteceu no dia anterior no interior do município, em São Caetano, e que deixou quatro pessoas feridas, sendo três agricultores. Com correntes entrelaçadas nos punhos, agricultores pediram segurança às autoridades e uma solução para terminar este conflito por terras que se arrasta há anos entre agricultores e indígenas.

Cerca de mil pessoas participaram da manifestação organizada por entidades do município em solidariedade e apoio aos agricultores que foram agredidos durante o confronto na comunidade de São Caetano. Cinco carros danificados no conflito foram expostos durante o protesto. Dois agricultores permanecem internados em hospitais de Passo Fundo e Sananduva. Há dez dias indígenas ocupavam uma propriedade rural na comunidade como forma de reivindicar agilidade no processo de demarcação de uma área em Sananduva e Cacique Doble.

De acordo com o coordenador da Fetraf de Sananduva, Sidimar Lavandoski, os indígenas não cumpriram o acordo realizado com os agricultores e partiram para a violência por volta das 16h de segunda-feira. “Os índios pediram que os agricultores parassem com as vigílias nas estradas para que eles pudessem desocupar a propriedade rural. Os agricultores deixaram a comunidade. Ficaram apenas algumas mulheres no salão para fazer a limpeza. Neste momento eles aproveitaram para apedrejar e começar a violência. Os agricultores foram brutalmente agredidos”, explicou Lavandoski.

O agricultor Vicente Dalsoglio disse que os indígenas começaram a apedrejar o salão da capela e neste instante começou o conflito. “Eles estavam armados com pedras, armas feitas com nó de pinho, espingardas e revólveres. Tudo que eles encontravam servia como arma. Eles atingiram carros e machucaram os agricultores”, disse Dalsoglio.

A esposa dele, Rosane Dalsoglio, estava dentro do salão da capela no momento do conflito. “Havia apenas 12 pessoas na comunidade, sendo cinco mulheres dentro do salão fazendo a limpeza. Fechamos a porta e começamos a pedir ajuda pelo celular, mas não tinha sinal. Começamos a rezar. Achei que íamos morrer. E o pior é que sabíamos que tinha cinco ou seis agricultores lá fora com mais de cem índios ao redor deles”, revelou a agricultora.

Após o confronto os indígenas desocuparam a propriedade rural em Sananduva e invadiram outra área no município de Cacique Doble. Durante a tarde de terça-feira (16), integrantes da Polícia Federal e Funai estiveram reunidas no Ministério Público Federal, no município de Erechim, para tratar sobre o conflito que aconteceu em Sananduva. Uma das solicitações foi para que os indígenas parem de ocupar áreas na região.

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