A Helicoverpa armigera foi o tema de abertura dos debates do 25º Fórum Nacional da Soja realizado durante a 15ª Expodireto Cotrijal. O debate contou com a presença do professor da Faculdade Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Passo Fundo (FAMV/UPF) José Roberto Salvadori foi um dos pesquisadores que ajudou a confirmar e identificar a praga no Estado, do engenheiro agrônomo Luis Henrique Kasuya e teve moderação do gerente de Produção Vegetal da Cotrijal Silvio André Biasuz.
Durante a palestra Salvadori destacou que as armadilhas de feromônios utilizadas para monitorar a praga constataram cientificamente a presença da lagarta em pelo menos 62 municípios gaúchos, embora se tenha relatos de que ela tenha ocorrido em muitos outros lugares. Dois programas de monitoramento foram criados para acompanhar a evolução da infestação. O monitora, em parceria com a Cotrijal, e o HelicoAlerta, em parceria com a Syngenta. Dados levantados por ambos os programas apresentaram índices parecidos de infestação. Salvadori destacou ainda que além da soja a lagarta também já foi encontrada em lavouras de trigo e de canola por isso a necessidade de se observar o sistema de produção como um todo para um combate efetivo a praga.
Potencial de dano
Um estudo para avaliar o potencial de danos causados pela lagarta mostrou que em áreas onde não foi feito um controle adequado houve perda de folhas superior a 40%. No caso das vagens, o comparativo entre uma área com controle e outra sem controle mostrou que entre 30% a 40% das vagens apresentavam danos. Ele ressalta, no entanto, que este número não é uma média, mas sim o potencial de danos que a lagarta pode causar.
O palestrante Luís Henrique Kasuya relatou experiências vividas na Bahia onde a H. armigera já está presente há mais tempo. Uma estratégia importante de combate à praga está no horário de aplicação dos produtos químicos de combate. Na Bahia, os melhores horários são muito cedo ou à noite, quando as temperaturas são mais amenas e facilitam que as pragas sejam atingidas. Segundo ele, após a lagarta superar os oito milímetros o controle se torna muito difícil. Ele destacou ainda a importância do monitoramento dos ovos das lagartas e a rotação dos mecanismos de ação contra a Helicoverpa a fim de preservar os inimigos naturais da praga.
Workshops
O professor da UPF voltará a abordar o tema da Helicoverpa armigera em outros dois momentos no estande da UPF na feira. Ele realizará workshops sobre a lagarta nos dias 12 e 13 de março, às 16h. A atividade é gratuita e aberta à comunidade. Na oportunidade ele também ajudará a esclarecer dúvidas referentes a praga.