A parcela repleta de flores brancas visitadas frequentemente por abelhas e outros insetos chama a atenção na Expodireto 2014. Mesmo antes de chegar perto para ler o nome da cultura muitas pessoas tentam adivinhar do que se trata, a maioria, no entanto, não chega nem perto da resposta correta. O mesmo não aconteceu com o agricultor de 56 anos Ivanei Corrêa da Rosa que de primeira identificou o trigo mourisco que era muito cultivado nas décadas de 1960 e 1970 e depois perdeu espaço para outras culturas. Sem esconder o saudosismo do tempo em que a cultura floria as lavouras da região, ele mostrou aos filhos Rafael e Luiz Henrique, de 12 e 11 anos respectivamente, uma planta que hoje raramente é encontrada.
O agricultor de São José do Ouro conta que as plantações de trigo mourisco pararam de forma muito abrupta na região. “Dava dinheiro porque fazíamos duas colheitas e a produção era vendida para japoneses que moravam no Brasil”, lembra. Segundo ele a substituição do trigo mourisco por outras culturas se deu de um ano para o outro. “Pra mim é a planta mais bonita que existe. Adorava plantar”, revela enquanto explica para os filhos como a planta era cultivada.
Hoje, na região, apenas em Lagoa Vermelha há um produtor desta cultura que perdeu a expressão econômica. No Brasil também há produtores no Mato Grosso. A produção é basicamente exportada para o Japão ou vendida em São Paulo. A cultura pode ser utilizada tanto para a rotação de cultura no verão que tem como benefício a supressão de nematoides e também de alguns fungos de solo que causam a murchadeira da soja de acordo com o acadêmico de Agronomia da Unicruz Tiago de Oliveira. A produtividade pode variar de 1,5 mil e 3 mil quilos por hectare e os grãos não contém glúten o que faz dele uma alternativa para pessoas que tem intolerância.
