Trabalho com as famílias atingidas por tornado

Tapejara foi atingida por tornado no dia 12 de abril

Por
· 3 min de leitura
Você prefere ouvir essa matéria?
A- A+

No dia 12 de abril bairros e loteamentos do Município de Tapejara amanheceram devastados por um tornado. Desde então, a Secretaria Municipal de Assistência Social, juntamente com a equipe do Centro de Referência de Assistência Social (Cras), estiveram acolhendo e acalmando as famílias atingidas, fazendo cadastros, identificando as necessidades mais urgentes, orientando e encaminhando pertinentes.

Pela parte da tarde deste mesmo dia, a partir do cadastramento das famílias, as equipes começaram  a coletar e entregar doações, não só vindas da população tapejarense, mas de vários municípios vizinhos, empresas e entidades. O Cras permaneceu aberto até às 22h de sábado, dia do acontecido, ficando de plantão por telefone e, no domingo, também esteve prestando acompanhamento às famílias durante todo o dia. Posteriormente, permaneceu aberto por mais alguns finais de semanas e feriados.

Outras secretarias municipais, além do Comitê pró-Reconstrução, criado por entidades,  também contribuíram com o trabalho na identificação das necessidades mais urgentes e na busca de doações da comunidade em geral.

Atualmente as famílias continuam sendo atendidas pelos gestores, assistentes sociais, psicólogos e demais profissionais do Cras para acolhida das famílias, análise do contexto sociofamiliar, orientações, organização de documentos, encaminhamentos a atendimentos psicológicos, elaboração de pareceres sociais e viabilização do benefício eventual de aluguel social. Cerca de 40 famílias já foram encaminhadas para receber este benefício. Além disso, as mesmas também recebem acompanhamento da equipe conforme a necessidade.

A moradora do Bairro 13 de Maio, Carmen Lucia Nunes, 33 anos, entregou um presente para a secretária de Assistência Social, Ilmara Sebben, como forma de agradecimento por todo o atendimento prestado pela sua equipe. “Eu vim te entregar um anel em forma de agradecimento por vocês estarem com a gente desde os primeiros momentos, embaixo de chuva dando apoio. Não sei explicar o que eu senti no momento, quando clareou o dia vimos um cenário de guerra, desespero, mas quando enxergamos vocês nos acalmamos, nós se sentimos acolhidos. Agradeço a todos que foram ajudar, a Mux (Energia) também foi muito importante”, contou.

A secretária Ilmara ficou muito feliz por este reconhecimento e frisou que este acontecimento sensibilizou muitos munícipes. “Eram várias pessoas com sentimento de tristeza e angústia por visualizarem algo que foi conquistado com o passar do tempo ser destruído, a sua moradia. Ressaltamos que além de uma conquista e um sonho para muitas pessoas, a moradia é também um direito humano e social”, falou.

A secretária ainda agradeceu toda a equipe da assistência que desde o dia da tragédia esteve unida, largou tarefas diárias e pessoais para focar neste acontecimento, dedicou-se sensivelmente a escutar todos os envolvidos que chegaram até o Cras e a trabalhar intensamente na concretização dos seus direitos e na melhoria de sua qualidade de vida, amenizando, com isso, o sofrimento deste momento e trazendo mais bem estar e segurança para as famílias atingidas.

Segundo a empregada doméstica Denise Dias de Moraes, 34 anos, moradora do Bairro 13 de Maio, a sensação na hora do acontecido foi horrível. “Todo mundo começou a gritar, criança chorando assustada, todo mundo pedindo socorro, olhar tudo derrubado, parecia um filme de terror, muita gente ficou sem nada e ficou a tristeza de ter perdido quase tudo”, contou.

A dona de casa e também moradora do Bairro 13 de Maio, Daniele Ilha de Souza, 28 anos, contou que sua família ficou com muito medo, já que as telhas de sua casa levantaram e, assim, a família pode enxergar o que estava acontecendo. “Aquelas bolas de fogo, o desespero, a gente não sabia onde pôr os filhos num lugar seguro. A nossa sorte é que foi só o telhado, mas tem a tristeza de ver todas as coisas da gente molhando. Agradeço muito a vocês, não tenho o que me queixar daqui, vocês são que nem uma família para nós. O que a gente não conta com os parentes, a gente conta com os estranhos”, enalteceu. 

A moradora do Condomínio São João Batista, Neiva Webber, 29 anos, também passou por este momento de angústia e sofrimento. “Foi um choque, a gente acha que nunca vai acontecer com a gente e então acontece. Temos o hábito de planejar as coisas, a vida da gente. A casa foi um projeto que foi construído ao longo do tempo, os móveis, a garagem, o jardim, tudo foi planejado ali pra ficar, então você chega de manhã e dá de cara com todo o teu projeto de vida destruídos é um choque grande. Chegar em casa e ver as vidraças, tudo quebrado, os moveis novos, estava tudo perfeitinho e quando chega, se depara com aquilo, você fica sem chão e não sabe para que lado vai”, desabafou. Neiva não possui parentes em Tapejara, seus pais moram em Floriano Peixoto, por isso contou com a ajuda dos amigos, colegas de trabalho, além da equipe da prefeitura.

Gostou? Compartilhe