O 26° Fórum Nacional da Soja, realizado no Auditório Central do Parque da 16ª Expodireto Cotrijal mobilizou um grande número de produtores durante a manhã de terça-feira (10). Durante toda a manhã os participantes do Fórum receberam informações técnicas sobre o manejo da lavoura de soja e questões referentes ao mercado respondidas pelos palestrantes. Para o sócio-diretor da MB Agro, Alexandre Mendonça de Barros, o cenário exige cautela na próxima safra, devido aos altos custos de produção.
Segundo Mendonça de Barros, o preço do grão deve manter-se estável ao longo do ano, a princípio sem grandes sobressaltos. “É necessário chamar a atenção para os custos de produção da próxima safra, que irão refletir esta desvalorização. Quanto a uma mudança do preço da soja, acredito que em dólares não haverá grande diferença, porém, em reais irá depender da conformidade da situação do País, em que a questão política interfere diretamente no mercado financeiro. O produtor deve agir com cautela no próximo ciclo”, explicou.
Ainda segundo Barros, ao mesmo tempo em que a alta do dólar deve estabelecer moderação para a próxima safra, a atual deverá apresentar boa rentabilidade aos produtores rurais. “A mensagem mais relevante é que os preços da soja em dólar tiveram uma queda acentuada. Nesta mesma época no ano passado, a soja estava sendo cotada em Chicago a US$14 o bushel. Hoje ela está um pouco abaixo dos US$10, mas ao mesmo tempo o real desvalorizou fortemente e o dólar não para de subir. Isto devolveu ao mercado brasileiro o mesmo preço do ano passado em reais. Como os insumos foram comprados com um câmbio a R$ 2,20, estamos falando de um ano de boa rentabilidade”.
Outro palestrante do evento foi o doutor em Agronomia Elmar Luis Floss, professor, pesquisador e diretor do Instituto Incia. Na oportunidade, o agrônomo abordou a questão do manejo da lavoura de soja para alta produtividade. De acordo com Floss, a produção de soja no Brasil cresceu 746% entre os anos de 1965 e 2013. “A soja é a cultura mais importante do Brasil atualmente, que gera muitos empregos diretos e indiretos. É o melhor negócio do Brasil, um negócio que está dando certo”, disse.
Outra questão abordada por Floss foi em relação ao emprego de sementes não certificadas, o que, segundo ele, influi diretamente na qualidade do grão e na produtividade. “Existem 5 milhões de hectares de soja no Rio Grande do Sul. Deste total, uma média de apensas 30% utiliza semente certificada. Se o produtor acredita que irá ter um custo menor adquirindo essa semente sem certificação, ele está equivocado. Este tipo de semente não garante alta produtividade. Já com as sementes certificadas, com o tratamento ideal, a produtividade é próxima de 100%”, avaliou