Produtividade recorde de milho deve ser registrada na região

Mesmo assim, safra não deve ser a maior, em função da diminuição da área de cultivo registrada nos últimos três anos

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A safra de verão da região de Passo Fundo deve ser uma das maiores da história. No caso do milho, pelo menos 60% da área cultivada já foi colhida e as médias de produtividade chegam a 8,5 mil quilos por hectare conforme dados da Emater Regional de Passo Fundo. Por outro lado, o volume a ser colhido não deve ser recorde, em função da redução de área registrada nos últimos três anos.


Nesta safra foram cultivados mais de 88,4 mil hectares nos 40 municípios atendidos pela Emater Regional de Passo Fundo. O engenheiro agrônomo Cláudio Dóro destaca neste ano houve uma redução de área de 5% em relação ao ano passado.  “Surpreendem positivamente as produtividades. Estamos colhendo em torno de 8 mil a 8,5 mil quilos por hectare e a nossa expectativa era de colher em torno de 6 mil a 7 mil quilos por  hectares e isso está sendo superado”, avalia.


Os bons resultados dependem de dois fatores principais. O primeiro deles o clima que colaborou com chuvas em quantidades adequadas desde a implantação da lavoura até o momento da colheita. O segundo fator é a tecnologia aplicada pelos agricultores. “Eles fizeram uma boa fertilização, utilizaram sementes de alto potencial produtivo e fizeram os tratos culturais. A conjugação desses dois fatores está culminando com essa safra excelente”, complementa. De acordo com ele, as médias de produtividade deverão ser históricas, superando a de 2010, uma das maiores já registradas.


Redução de área
A produção de milho deve ficar em torno de 700 mil toneladas de milho, o que não configura uma safra recorde devido a área ser pequena. “O milho vem perdendo espaço nas propriedades há três anos. A maior delas foi no ano passado de 14% e esse ano mais 5%. Então a área está pequena”, acrescenta.  De acordo com ele, além da média considerada excelente, há produtores que chegam a picos de produtividade ainda maiores. “Tem produtores colhendo de 150 até 220 sacos por hectare, produtor colhendo 13 toneladas por hectare, mas não é média. Tem produtores com menor tecnologia e a produtividade reduz. A produtividade média deve ficar entre 7,5 mil quilos e 8 mil quilos por há”, estima.


Preço preocupa
Apesar do cenário otimista de colheita, os preços do grão não são muito atrativos. Em relação ao ano passado, no mesmo período, houve uma queda de aproximadamente 10% no valor da saca. “No ano passado, na mesma época, o milho estava cotado em R$ 25 e hoje está cotado em R$ 23. O preço não é o mais atrativo, mas sem dúvida a lucratividade está baseada na produtividade. O lucro por hectare é bom porque a produtividade é alta”, considera apesar de o preço ter se mantido praticamente estagnado nos últimos 30 dias.
Segundo Dóro, a produção de milho da região tem a tendência de permanecer aqui. Isso por que boa parte dela é utilizada nas propriedades para alimentação dos animais, ou vendida às empresas integradoras que distribuem entre os criadores.

Diminuiu o custo de produção
Outro fator favorável ao aumento da lucratividade dos agricultores é a redução dos custos de produção. Neste ano as lavouras não sofreram com ataques intensos de pragas, principalmente a lagarta do cartucho, uma das pragas com maior potencial destrutivo.  A menor incidência se deve a dois fatores, um deles a utilização de milho transgênico e o outro as condições climáticas que não favoreceram o desenvolvimento dos insetos. “As pragas que precisam de temperatura alta e clima seco e esse ano tivemos temperatura alta durante o dia e de noite baixavam, além da umidade. Com isso elas não proliferaram e, sem dúvida, a redução do uso de agroquímicos vai favorecer a lucratividade”, reforça.

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