Portas fechadas

Em todo o Estado, 41 rodoviárias foram fechadas até este mês. Na região, Guaporé, Serafina Corrêa, São Domingos do Sul e Vila Maria estão entre as estações que fecharam as portas

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Estação Rodoviária de Guaporé finalizou atendimento no dia 7 de julhoEstação Rodoviária de Guaporé finalizou atendimento no dia 7 de julho
Estação Rodoviária de Guaporé finalizou atendimento no dia 7 de julho
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A dificuldade de empresários em manter concessões de estações rodoviárias, confirmado pelos números do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), levou o órgão a suspender a abertura de editais, no início deste ano, até que novos critérios sejam definidos. Até o mês de julho, 41 rodoviárias foram fechadas a pedido dos concessionários e, mais de 50% das estações continuam funcionando sem garantia de um contrato. Dos 274 editais abertos desde 2012, somente 60 tiveram êxito, 129 não tiveram  interessados e outros 25 fracassaram por problemas na documentação. “As rodoviárias que estão com os contratos vencidos a fim de regularizar, estaremos providenciando uma autorização de prestação de serviços (seguindo os trâmites administrativos), até que se tenha um licitante vencedor”, informou o Departamento.

Atualmente, o administrador de uma rodoviária ganha 15% sobre despacho de encomendas e 11% em cada passagem vendida. O valor inviabiliza, de acordo com empresários, o negócio em municípios pequenos, com baixo fluxo de passageiros. Esse é o caso da Estação Rodoviária de  Guaporé, fechada no início deste mês. “Era concessionário da rodoviária de Guaporé há 34 anos e estava com o contrato junto ao Daer vencido há quase dois anos. Como a família não via mais vantagens no negócio, que neste ano só deu lucro nos meses de janeiro e fevereiro, resolvemos fechar”, explica o advogado Rui Schulz, 60 anos. Às 19h do dia 7 de julho, o concessionário tomou uma atitude drástica: sem dar avisos prévios, fechou a estação e abriu uma vala em volta para impedir a passagem de ônibus. “Se anunciasse que iria fechar ou vender dias antes, a prefeitura poderia decretar o prédio de utilidade pública e continuariam usando meu espaço para embarque, desembarque e venda de passagens”, desabafa o advogado.

Os proprietários também reclamam que em cidades menores, somado ao baixo fluxo de passageiros, a maior parte dos deslocamentos é para trechos curtos, com bilhetes mais baratos. Além disso, eles cobram maior fiscalização e compreensão por parte do Departamento, já que estações em municípios pequenos possuem as mesmas exigências de cidades com maior número de passageiros. “Não dava mais para a rodoviária se manter, estávamos com dívidas federais, estaduais e com empresas. O problema geral das rodoviárias são ainda em nível nacional, já que não há investimento no transporte de massa, apenas no transporte individual, que é o caso de veículos de passeio. O número de passageiros caiu, pois é mais barato reunir duas ou três pessoas e viajar de carro, do que comprar passagens de ônibus”, explica  Schulz.

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