Sarandi reduz salários de prefeito e secretários

Economia esperada é de até R$ 60 mil por mês. Medida busca manter o oferecimento de serviços básicos e evitar déficits

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Repasses federais atrasados em emendas para a pavimentação alcançam valores superiores a R$ 1 milhãoRepasses federais atrasados em emendas para a pavimentação alcançam valores superiores a R$ 1 milhão
Repasses federais atrasados em emendas para a pavimentação alcançam valores superiores a R$ 1 milhão
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Para manter serviços funcionando sem prejuízos à comunidade e economizar até R$ 60 mil por mês, a Prefeitura de Sarandi decidiu diminuir salários de prefeito, vice-prefeito e secretários, além do salário e o número de funcionários em Cargos Comissionados (CCs). Algumas medidas começaram a valer ainda no mês de agosto e devem ser intensificadas neste mês de setembro. Elas valem por tempo indeterminado e, segundo o secretário de Administração Sidnei Piccini, devem permanecer pelo menos até o mês de dezembro, sendo reavaliadas ao final de cada mês.

Entre as principais medidas adotadas, ainda no mês de agosto houve o corte de 20% nos salários do prefeito, vice-prefeito, secretários municipais, diretores de departamentos e CCs. Para o mês de setembro, o corte no salário do prefeito, vice e secretários será de 50%. Além dos salários, o número de CCs, que era de 58, será diminuído em 20%. O mesmo percentual será reduzido das funções gratificadas. Desde o mês de agosto também estão cortados os pagamentos de horas extras.

Piccini explica que essa diminuição nos gastos foi planejada para manter os serviços oferecidos pelo município. “Temos serviços que consideramos essenciais que são o Posto 24 horas que atende a população gratuitamente e que fica no centro da cidade e também os serviços de transporte escolar e creche. Temos creche 12 meses por ano, ela não fecha. São 840 crianças atendidas durante todo ano. A economia principal é para isso, para fechar o ano e manter esses serviços”, reforça.

Atrasos

Em reunião com o secretariado, o prefeito de Sarandi Paulo Kasper detalhou repasses estaduais e federais em atraso. “No ano de 2015 o município não recebeu nenhum recurso federal e nem estadual, acometendo assim as finanças municipais. Na questão federal, estamos aguardando o pagamento de oito emendas para a pavimentação de ruas e bairros, que somadas alcançam um valor superior a R$1.000.000,00. Na esfera estadual, estamos com verbas atrasadas na farmácia básica, no PIM (Primeira Infância Melhor) e também no SAMU”, enfatizou. O prefeito destacou o sacrifício realizado para manter o funcionamento dos serviços. “Estamos cortando na nossa própria carne para que ações como essas, permaneçam à disposição do nosso munícipe”, afirmou.

Antecipação

As medidas foram adotadas ainda como uma forma de antecipação a problemas que podem surgir no decorrer dos próximos meses em função das crises nacional e estadual. “Não sabemos se em dezembro, por exemplo, o governo do Estado não vai atrasar repasses, e temos de ter dinheiro para pagar. É antecipar para que ali na frente possamos pagar o funcionalismo”, exemplifica. Ele destaca ainda que apenas no Posto de Saúde Central são atendidas mensalmente aproximadamente 4 mil pessoas nos diversos serviços que incluem vacinas, atendimentos médicos e odontológicos e exames.

Turno único

O secretário de Administração esclarece ainda que o executivo encaminhou à Câmara de Vereadores de Sarandi um projeto que prevê a implantação do turno único na Prefeitura. A intenção é reduzir ainda mais os gastos, especialmente com energia elétrica. “Quando fizemos o orçamento no ano passado não estavam previstos esses aumentos nas tarifas de energia elétrica. No ano passado arrecadávamos praticamente todo o valor da iluminação pública, nesse ano continuamos arrecadando cerca de R$ 48 mil e estamos pagando R$ 74 mil de taxa de iluminação pública, temos esse déficit e não temos como repassar ao contribuinte”, argumenta.

Reavaliação

Ao final de cada mês o prefeito e secretários se reunirão para reavaliar a situação do município. Caso seja necessário, novos cortes podem ser realizados, incluindo a redução de secretarias para que se possa manter o funcionamento dos serviços essenciais no município.

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