A possibilidade de concessão da ERS 324 foi motivo de reunião entre representantes da região de Passo Fundo e o governador do Estado, José Ivo Sartori. A rodovia deve ser a primeira recuperada e posteriormente mantida no programa de concessões do governo, seguindo os moldes de uma Parceria Público-Privada (PPP). O encontro foi promovido pelo deputado Vilmar Zanchin (PMDB), que destacou a necessidade de duplicar o trecho para evitar mais acidentes e a importância da comunidade local participar e apoiar as discussões. “A ideia é que a as pessoas que percorrem aquela estrada todos os dias possam ter voz na hora de moldar os termos do contrato de concessão”, explicou o parlamentar. Já o governador aprovou a ideia de os representantes da região participarem da construção do projeto, mas alertou que esse é um processo demorado. “Tudo deve ser conduzido com muito cuidado para que as pessoas sejam efetivamente beneficiadas”, disse.
A chamada “Estrada da Morte” aguarda a duplicação desde 2006, quando uma comissão foi criada para tratar do assunto. Desde lá, diversas alterações no projeto já foram feitas e a mudança mais recente definiu que a duplicação não seria mais executada pelo Estado e sim, possivelmente, através da instalação de um pedágio, administrado pela Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR).
O trecho mais perigoso da rodovia fica entre os municípios de Marau e Passo Fundo. O local correspondia também ao primeiro lote de duplicação. Conforme levantamento da Associação Comercial e Industrial (ACIM) de Marau, somente em 2015 os bombeiros registram em média um acidente com vítima a cada 2,5 dias. “Esses números são preocupantes e é por isso que nós apoiamos a iniciativa do governo, mas nós queremos fazer parte do processo, porque sempre há detalhes que possam passar despercebidos”, disse Antonio Oneda, presidente da ACIM.
Além do trecho entre Passo Fundo e Marau, a ideia é que a rodovia seja concedida já a partir de Nova Prata. Quando foi dividida em lotes, ficou definido que primeiro compreenderia o trecho entre Passo Fundo a São Luiz da Mortandade, representando 19,6 quilômetros e um investimento de R$ 110 milhões. O lote II correspondia ao contorno de Marau e o lote III o trecho entre Marau e Casca.
O PPA agora pode ser uma alternativa para acelerar o processo. “Não há outra saída, nós que acompanhamos essa situação há tanto tempo podemos afirmar que uma PPP é a melhor opção para garantirmos a segurança na estrada”, pontuou o vice-presidente da Federação das Indústrias do RS (FIERGS) e presidente da Centro das Indústrias do Estado (CIERGS), Antônio Roso. Além disso, nas próximas semanas, conforme informou o deputado Zanchin, deve ser lançado edital para que empresas afirmem interesse em assumir a rodovia. Depois disso, as empresas interessadas realizarão uma avaliação e devolverão para o governo, que vai analisar e definir o projeto técnico que vai para licitação. Só depois disso será contratada uma empresa para executar o projeto.