Sonho de todo agricultor, aumentar produtividade, produção e rentabilidade agrícola requer superar desafios. O principal deles no Rio Grande do Sul é implementar uma agricultura conservacionista, com práticas eficazes na infiltração de água no solo, redução de defensivos agrícolas, disponibilidade de assistência técnica e extensão rural e social (Aters) voltada ao uso, manejo e conservação do solo e água, e na educação das futuras gerações. A avaliação, que consta do Programa Estadual de Conservação do Solo e da Água, lançado em dezembro do ano passado, será discutida na Expodireto, durante o Fórum Estadual de Conservação do Solo e da Água, nesta terça-feira (8), em Não-Me-Toque. Segundo especialistas, é preciso considerar outros agravantes, como a erosão, solo compactado, ocupação de áreas sem aptidão agrícola, semeadura no sentido do declive do terreno, pastejo excessivo do gado em áreas integradas com lavoura, baixa cobertura do solo por resíduos culturais após a colheita da soja, uso abusivo de inseticidas e herbicidas, entre outros.
Estiagem
O programa também alerta para o risco da falta d’água, como ocorrido em 2005 com grandes perdas nas lavouras gaúchas. Na de milho, por exemplo, a produtividade média naquele ano de estiagem foi de 1.537 quilos por hectare. A Emater/RS-Ascar comparou esse resultado com o de 2011, sem estiagem, quando houve salto de produtividade, 5.249 quilos por hectare na cultura do milho. Conservar solo e água é um assunto que afeta a todos, dizem os especialistas. Por isso, o Programa Estadual de Conservação do Solo e da Água envolve instituições de pesquisa, ensino, Extensão Rural, leis e políticas públicas. A gestão do Programa está a cargo das secretarias da Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seapi), Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR), Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, e dos Recursos Hídricos e Planejamento (Seplan), Emater/RS-Ascar e Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro). Apoiam a iniciativa o governo federal, universidades, agentes financeiros, entidades representativas dos agricultores e usinas hidrelétricas. À frente da execução estão Emater/RS-Ascar, Embrapa, Fepagro, Famurs, Corsan, Sargs e CCGL Tecnologia.
Eixos
O programa atua em pelo menos três frentes: adoção de uma Assistência Técnica e Extensão Rural e Social (ATERS) em Uso, Manejo e Conservação do Solo e da Água; Programa de Reserva e Armazenagem de Água; e Programa de Apoio ao Ensino de Solo e de Água na Escola. O Programa cita linhas de financiamento do Pronaf, Feaper, Proger Rural, Programa de Agricultura de Baixo Carbono (ABC) e Programa Nacional e Estadual de Correção do Solo direcionadas a agricultores que implantarem práticas conservacionistas, como terraceamento, correção da acidez e fertilidade do solo e introdução de sementes de plantas recuperadoras de solo. Para incentivar e facilitar a expansão da irrigação, também são mencionadas linhas de crédito para o pequeno, médio e grande produtor, disponibilizadas pelo Pronaf, Pronamp, Moderinfra e Finame PSI.
Veja a programação completa do Fórum Estadual de Conservação do Solo e da Água:
14h - Abertura
Nei César Mânica - Presidente da Cotrijal
Ernani Polo - Secretário da Agricultura, Pecuária e Irrigação
14h20 - Resultados da Auditoria em Governança Solos
Tiago Modesto Carneiro Costa - Tribunal de Contas da União
15h10 - Programa Estadual de Conservação de Solo e Água
Eng. Agr. Edemar Valdir Streck - Emater/RS-Ascar
15h50 - Encaminhamentos de propostas para integração de ações
Coordenação: Promotores
16h30 - Situação da Conservação do Solo e da Água no mundo e no Brasil
Ex-ministro da Agricultura: Francisco Turra
São promotores do Fórum Estadual de Conservação do Solo e da Água, no dia 08 de março, em Não-Me-Toque, Governo do Estado, Emater/RS-Ascar, Embrapa, Instituto Federal Farroupilha, Unicruz e CCGL Tecnologia. Apoiam a iniciativa, Cotrijal, Unijuí e Federação Brasileira de Plantio Direto e Irrigação.