A Secretaria de Saúde do Estado do Rio Grande do Sul confirmou a primeira morte por gripe A – H1N1 no município de Marau/RS. O caso é de um homem de 76 anos, que faleceu na última terça-feira (10). Ele teve entrada na emergência do Hospital Cristo Redentor, onde permaneceu internado no período de 1º a 4 de maio. Após piora do quadro, ele foi transferido para a UTI do hospital de Montenegro. Este foi o único registro da doença até o momento no município. De acordo com a secretária municipal, Sandra Brollo, Marau atingiu todas as metas de vacinação para os grupos de risco. Inclusive, de acordo com a DATASUS, 103% da meta para a população idosa de Marau já recebeu a vacina, superando a meta inicial e somando 4.256 idosos. Além disso, Sandra afirmou que segue prestando toda a assistência necessária, como orientação, medicação por Tamiflu quando necessário e prosseguimento da vacinação aos grupos de risco.
Casos
Na região, já são seis mortes causadas pelo vírus em 2016: 1 em Carazinho, 1 em Marau, 1 em Não-Me-Toque, 2 em Passo Fundo e 1 em Tapera. Desde janeiro, a 6ª Coordenadoria de Saúde já enviou para o Laboratório Central do Estado (IPB-Lacen) 151 amostras para análise. 23 delas tiveram resultado positivo, 54 negativo e 74 ainda aguardam confirmação. Em Passo Fundo, já foram notificados 58 casos, 8 deles foram confirmados e 24 aguardam o resultado dos testes. Em todo o Rio Grande do Sul são 254 casos e 49 óbitos registrados, segundo o boletim divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde. No Brasil, até 9 de maio, foram registrados 2.808 casos de influenza de todos os tipos. Deste total, 2.375 por influenza A (H1N1), sendo 470 óbitos, com registro de um caso importado (o vírus foi contraído em outro país). Os dados constam no Boletim Epidemiológico de Influenza do Ministério da Saúde.
Vacinação
A meta estabelecida anteriormente era de atingir 80% dos grupos prioritários. Mas a previsão inicial já foi superada. De acordo com o coordenador regional de saúde, Douglas Kurtz, o total atingido até o momento é de 85,25%. “Alguns grupos prioritários atingiram 94% e outros 60%, por exemplo”, explica ele. O grupo de crianças e de gestantes são os que menos receberam doses. Foram atingidos 76% e 60%, respectivamente. O grupo com a melhor cobertura de vacinação são as puérperas (93%), seguido pelos idosos (90%). Do grupo de trabalhadores de saúde, 86% das pessoas já receberam a vacina. Até a sexta-feira, dia 20, todos os grupos devem atingir a meta de vacinação. As cidades da região já receberam todas as doses e a previsão é que elas acabem até o final da semana. “Se sobrar alguma coisa é muito pouco”, aponta Kurtz. Ele explica que, caso sobrem doses, quem decidirá a melhor estratégia é cada secretaria de saúde, a coordenadoria não influencia nessa decisão. O coordenador de saúde descartou a possibilidade de solicitar mais doses ao Ministério da Saúde, para a vacinação de funcionários públicos, como professores e policiais, por exemplo. “Até o momento não existe essa possibilidade. Pode ser que mude, mas a princípio estou descartando essa possibilidade”.
Em todo o Brasil
Já foram vacinados em todo o país 35,4 milhões de brasileiros na campanha nacional contra a influenza. O número representa 71% do público-alvo, formado por 49,8 milhões de pessoas consideradas mais vulneráveis para complicações da gripe. A meta é vacinar, no mínimo, 80% desse público, até esta sexta-feira (20), quando encerra a campanha. Quatro estados e o Distrito Federal alcançaram suas metas de vacinação contra a gripe.
De acordo com o balanço, os estados do Paraná (85,2%), São Paulo (85%), Amapá (81,7%), Espírito Santo (81,2%) e o Distrito Federal (80,9%) já atingiram a meta de vacinação para este ano. Outros quatro estados alcançaram boa cobertura vacinal até o momento: Santa Catarina (79,1%), Rondônia (77,1%), Rio Grande do Sul (76,5%) e Goiás (74%). O desempenho foi possível porque o Ministério da Saúde iniciou o envio das vacinas no dia 1º de abril, o que possibilitou a antecipação da vacinação em vários estados. Cem por cento das doses já foram enviadas aos estados, que por sua vez têm a responsabilidade de encaminhá-las aos municípios.
“As pessoas integrantes do grupo prioritário têm até esta sexta-feira para comparecer aos postos de saúde e receberem a vacina. É importante reforçar a importância da vacinação às gestantes para garantir a sua proteção e a saúde e do seu bebê”, alerta o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Antônio Nardi. O secretário lembrou que o grupo das gestantes é o que apresentou menor adesão à campanha até o momento, com menos de 60%. A vacina, disponibilizada pelo Ministério da Saúde, protege contra os três subtipos do vírus da gripe determinados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para este ano (A/H1N1, A/H3N2 e Influenza B).
Até o momento, a região Sul apresentou o melhor desempenho em relação à cobertura vacinal contra a influenza, com 80,1%, seguida pelas regiões Sudeste (76,2%); Centro-Oeste (67%); Norte (63,8%) e Nordeste (58,4%). Dentre os grupos prioritários para a vacinação, os trabalhadores de saúde apresentam, até o momento, a maior cobertura, com 3,5 milhões de doses aplicadas, o que representa 86,5% dos profissionais a serem vacinados. Em seguida estão as puérperas, com 291.203 vacinadas (79,4%); 15,2 milhões de idosos (72,9%); crianças de seis meses a menores de cinco anos (quatro anos, 11 meses e 29 dias), com 8,5 milhões de vacinados (66,5%); 1,3 milhão de gestantes (56,6%).
Com 241,7 mil doses aplicadas, 38,8% dos indígenas já foram vacinados. Como a vacinação deste grupo é realizada em áreas remotas, a atualização dos dados segue outra dinâmica. Também foram aplicadas 6,4 milhões de doses nos grupos de pessoas com comorbidade; população privada de liberdade e trabalhadores do sistema prisional. Os portadores de doenças crônicas não transmissíveis, o que inclui pessoas com deficiências específicas, também devem se vacinar. Para esse grupo não há meta específica de vacinação.
“Em todo o país, 22 estados da Federação puderam adiantar suas vacinações, o que permitiu a alta cobertura vacinal alcançada até este momento. A vacina é segura e evita complicações e até a morte pela doença”, explicou o secretário Nardi, reforçando que agora é a hora de se vacinar e se proteger no inverno. “Após a vacinação, o corpo leva duas a três semanas para gerar os anticorpos necessários para a proteção”, alertou o secretário.
A escolha dos grupos prioritários segue recomendação da OMS. Essa definição também é respaldada por estudos epidemiológicos e pela observação do comportamento das infecções respiratórias, que têm como principal agente os vírus da gripe. São priorizados os grupos mais suscetíveis ao agravamento de doenças respiratórias. Estudos demonstram que a vacinação pode reduzir entre 32% e 45% o número de hospitalizações por pneumonias e de 39% a 75% a mortalidade por complicações da influenza.
Doses da vacina
Na última sexta-feira (13), o Ministério da Saúde finalizou o envio de doses da vacina contra a influenza aos estados. No total, foram disponibilizadas 54 milhões de doses da vacina para imunizar as 49,8 milhões de pessoas que fazem parte do público-alvo da campanha. O excedente, que neste ano é de mais de 4 milhões de doses, é chamado de reserva técnica e faz parte da estratégia de vacinação. Portanto, o Ministério da Saúde reafirma que não há falta de vacina e que todo o público-alvo da campanha será vacinado. Desde o dia 1º de abril, as doses da vacina estão sendo enviadas, em etapas, aos estados. A entrega aos municípios, por sua vez, é responsabilidade dos estados. Todos os anos o Ministério da Saúde recebe a vacina em etapas do laboratório produtor e, na medida em que chegam as doses, são distribuídas, imediatamente, aos estados. A partir do recebimento das vacinas, os estados podem definir estratégias de contenção, conforme suas análises de risco, para a vacinação da população-alvo. A Campanha acontece em todo o país até o dia 20 de maio.