A esteira da Central de Triagem e Transbordo de Resíduos Sólidos Urbanos, no bairro São João, utilizada pelos trabalhadores da Associação dos Recicladores de Bela Vista (Recibela), está danificada. Os associados afirmam que trabalharam normalmente no sábado (02), mas ao retornar às atividades, na segunda-feira (04), encontraram um corte na borracha da esteira. Os recicladores reclamam que situações como essa estão se tornando frequentes no local.
A Recibela possui 24 associados que atuam na triagem e separação dos resíduos da Central, que é o local onde é levado todo o lixo produzido em Passo Fundo, com o intuito de ser encaminhado para a destinação final. Parte destes resíduos são reaproveitados pelos recicladores, que sobrevivem com os recursos arrecadados com a venda destes materiais. De acordo com integrantes da associação, a Codepas, que assumiu a administração da Central, em 2014, é responsável pela manutenção dos equipamentos.
Na manhã de segunda-feira (04), os associados não conseguiram trabalhar. “Trabalhamos normalmente no sábado e a esteira não apresentava nenhum problema. Quando chegamos na segunda-feira, encontramos um corte de aproximadamente trinta centímetros na esteira. A impressão que temos é que foi cortada propositalmente com uma faca. Não temos como provar. Pensamos em fazer uma ocorrência na polícia, mas os funcionários da Codepas disseram que não era necessário, que eles vão consertar”, declarou a presidente da Recibela, Catarina da Rosa.
A questão, segundo os recicladores, é que nos últimos três meses, algumas situações vem prejudicando a atuação da associação no local. “Um dia desses, o guarda ligou à noite dizendo que estava pegando fogo aqui no pavilhão. Já tivemos materiais reciclados que sumiram e agora a esteira aparece cortada do nada. Acreditamos que tenham pessoas interessadas em nos prejudicar, mas não vamos desistir”, afirmou a presidente da associação.
Estas dificuldades estão contribuindo para a diminuição da quantidade de toneladas recicladas na Central. “Em março, foram recicladas 87 toneladas, em abril caiu para 60, em maio foram 50 e, no último mês, só conseguimos 39 toneladas. Esse é o nosso ganha pão. Estamos com as mãos amarradas, não sabemos a quem recorrer”, salientou Catarina. O coordenador dos trabalhos da Recibela, Nelson Ramos, informou que a Codepas fará um conserto provisório na esteira. “Estamos sendo gravemente prejudicados. Não adianta colocar um remendo com arames. É preciso consertar definitivamente para que possamos trabalhar. Esse remendo não vai adiantar e vamos ficar novamente sem trabalhar”, observou Ramos.
