O clima influencia de forma favorável o desenvolvimento do trigo no Rio Grande do Sul e as lavouras aceleram o processo de floração, alcançando 15% do total implantado no Estado. Já as lavouras de trigo em fase de formação ou enchimento de grãos atingem 2% da área, que é de 766.864 hectares. De acordo com o Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar, a atenção dos produtores está no monitorando de doenças, como ferrugens e manchas foliares e nas adubações de cobertura, em especial nas áreas semeadas no final do período recomendado pelo zoneamento agroclimático.
“Importante destacar que nas próximas semanas a maior parte das lavouras de trigo estará na fase de floração/formação de grão, ou seja, suscetível às baixas temperaturas”, observa o diretor técnico da Emater/RS, Lino Moura, ao lembrar que, ao longo dos anos, geadas neste período têm provocado severos danos à cultura. Quanto à comercialização, o preço do trigo se mostra oscilante, porém não dá mostras de uma elevação que anime o agricultor. Na semana, o preço referência para a saca de 60 quilos ficou em R$ 40,24 pagos diretamente ao produtor.
As áreas cultivadas com canola estão nas fases de floração e formação das síliquas e iniciando o enchimento de grão, com algumas lavouras apresentando alteração na cor do grão (de verde para marrom), indicando fase final da maturação. O padrão de lavouras é muito bom. As áreas semeadas no final de abril e início de maio (do cedo) estão melhores, apresentam melhor stand e estatura de plantas, enquanto que as semeadas no final de maio sofreram mais com o excesso de chuvas, que provocou perda de nutrientes e germinação desparelha. O temor dos produtores é com ocorrência de geadas nos próximos períodos.
O plantio do milho avançou e os encaminhamentos dos projetos de custeio foram praticamente finalizados. Grande parte dos produtores já financiou a safra. Nas Missões, apesar de os produtores de milho estarem receosos com o clima, mais de 1/3 (45 mil hectares) da área prevista para esta safra já foi semeada. A germinação por enquanto é lenta, em função das temperaturas amenas e da falta de aquecimento do solo. Falta cultivar as áreas utilizadas com pastagens anuais de inverno, onde ainda existe potencial de utilização para pastoreio.
A próxima safra de feijão no Estado está sendo preparada. Na região das Missões e na Fronteira Noroeste, os produtores beneficiários da Chamada Pública da Agroecologia estão realizando trocas de sementes de feijão e se mobilizando em grupos para adquirir sementes. O elevado preço do produto no mercado tem incentivado os produtores a implantar a cultura nessas áreas.