Em assembleia com o sindicato, os funcionários lamentaram os desligamentos e dizem se sentir humilhados
Em assembleia realizada nesta segunda- feira (5) os metalúrgicos demitidos, no dia 1º de setembro, se manifestaram em favor da anulação das demissões. A assembleia foi convocada pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Erechim para repassar informações sobre os fatos que sucederam à dispensa de 850 metalúrgicos da montadora de ônibus Comil.
Segundo a advogada do Sindicato, Nirvania Joviatti a entidade está impossibilitada de homologar as rescisões. “A lei prevê que as verbas rescisórias devem ser pagas à vista em um determinado período. Como o parcelamento não está previsto em lei, a legislação entende que se trata de uma exceção e como tal deve ser negociada entre a empresa e o sindicato da categoria para regulamentar as demissões”, disse a advogada.
Demitidos lamentam
Mais de 550 trabalhadores compareceram à assembleia. Os do turno da noite levaram os comunicados de dispensa que estão recebendo pelo correio. Entre os demitidos, o clima é de revolta.
Humilhação é a palavra mais usada para definir o sentimento dos dispensados. Marli Basso e o marido Ederson perderam o emprego no mesmo dia. Eles trabalhavam há oito anos no setor de acabamento plástico e montagem de ar condicionado. “Temos um filho de quatro anos, o financiamento da casa para pagar e a nossa renda caiu para zero”, disse Marli.
Dulce Fuzinato também trabalhava há oito anos na empresa e diz que se sentiu humilhada com a forma como as demissões aconteceram. “Separaram a gente em grupos: os que iriam ficar de um lado e os que iriam sair de outro”.