A produção brasileira de grãos 2016/17 deve alcançar 222,9 milhões de toneladas, um recorde histórico, segundo o 6º levantamento da safra, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) nesta quinta-feira (9), em Brasília.A estimativa indica um aumento de 19,5% – ou 36,3 milhões de toneladas – em relação ao ciclo 2015/2016, quando foram colhidas 186,6 milhões de t. Soja e milho representam quase 90% do total de grãos produzido no país.
O crescimento se deve à recuperação da produtividade média das culturas, que nesta temporada não foram prejudicadas com más condições climáticas, algo que ocorre na safra passada, e ao aumento de área. A previsão é de ampliação de 2,8% na área total em relação à safra anterior, podendo chegar a 60 milhões de hectares. Esse prognóstico de área inclui as culturas de segunda safra.
A soja deve ter crescimento de 12,8% na produção, devendo atingir 107,6 milhões de toneladas, com aumento de 12,2 milhões de t em comparação com a safra anterior. A previsão é que a área aumente 1,9%, chegando a 33,9 milhões de hectares.
Já o milho total deve alcançar 89 milhões de toneladas (33,7% superior à safra 2015/2016), com 29,3 milhões de toneladas para a primeira safra e 59,7 milhões para a segunda. A área total grão é estimava em 16,8 milhões de hectares (5,3% acima da safra anterior).
Desde o último levantamento, a Conab vem apresentando a estimativa desagregada de produção de arroz cultivado nos sistemas sequeiro e irrigado, além dos números da expansão da irrigação no Brasil e sua importância na safra de grãos. A previsão total de arroz, neste 6º levantamento, é de 12 milhões de toneladas e aumento de 12,9% frente à safra anterior, com 1,2 milhão de t de sequeiro e 10,8 milhões de irrigado.
A produção do feijão primeira safra deve chegar a 1,38 milhão de toneladas, resultado 33,6% superior à safra passada. São 862,2 mil toneladas para o tipo carioca, 318,3 mil para o preto e 201,5 mil para o caupi. Já o algodão pluma pode ter incremento de 11,9% e chegar a 1,44 milhão de toneladas, mesmo com uma redução de 3,1% na área cultivada. A preferência pelo cultivo de soja teve reflexo na redução de áreas do algodão e do arroz, o que não acontece com as demais culturas de primeira safra.
Exportações
O estudo traz também dados sobre as principais rotas de escoamento da soja destinada ao mercado internacional. De acordo com a Segunda Estimativa das Exportações do Complexo Soja por Portos - Safra 2016/17, os embarques de soja devem chegar a 74,9 milhões de toneladas. Os portos mais utilizados continuam sendo o de Santos/SP, que tem como principais usuários os produtores de Mato Grosso, e Paranaguá/PR, preferido pelos produtores paranaenses.