Com cerca de 1% da área cultivada de soja já colhida, os bons resultados têm animado os produtores da região de abrangência da Emater Regional de Passo Fundo. Nos 40 municípios, a maior parte da lavoura está em fase de maturação e algumas áreas prontas para a colheita. A chuva das últimas semanas não tem representado riscos até o momento e os prognósticos climáticos indicam uma segunda quinzena um pouco mais seca para este mês de março. Com isso, o pico da colheita deve ser alcançado entre o final do mês e o início de abril.
As informações são do engenheiro agrônomo da Emater Cláudio Dóro. Segundo ele, a região cultivou nesta safra uma área de 575 mil hectares de soja nos 40 municípios. A tendência é que a colheita avance nas próximas semanas. “Essa condição climática do momento não estão causando dano nenhum, porque a soja agora que está começando a secar e ela não tem nada passado do ponto”, explica o agrônomo. Segundo ele, a oleaginosa é resistente e mesmo após chegar ao ponto de colheita ela pode resistir cerca de 15 dias no campo sem que isso represente perda de qualidade ou produtividade ao agricultor. O único incômodo trazido pela chuva no momento é a interrupção na colheita enquanto o solo estiver encharcado.
Apesar das chuvas dos últimos dias, Dóro destaca que os boletins agroclimáticos apontam que esta segunda quinzena do mês de março será menos chuvosa e isso será favorável ao avanço da colheita que deve chegar ao pico próximo do final do mês. No momento os produtores já procederam praticamente todos os tratamentos fitossanitários e já não há tanto risco de doenças em função das temperaturas mínimas que já começaram a ficar um pouco mais baixas. Além disso, apenas áreas plantadas mais tardiamente ainda podem passar por alguma aplicação de defensivo. “A soja está em estágio bem avançado e não se recomenda mais a aplicação de defensivos”, reforça o agrônomo.
Produtividade x preço
Dóro esclarece que ainda é cedo para se calcular uma média de produtividade. No entanto, nas lavouras colhidas até o momento, 1% do total, há produtividades que variam entre 50 e 70 sacas por hectare. Conforme os dados divulgados pela Emater Estadual, esta deve ser uma das maiores safras do Estado, com a expectativa de aumento de produção de 3,43%, chegando a 16,7 milhões de toneladas. A estimativa para aumento da produtividade média é de 2,25%, ficando em três mil quilos por hectare. Deveremos ter uma produtividade das melhores. As condições climáticas foram boas em todas as regiões do Estado, ao contrário do ano passado. Tudo isso, associado a uma boa tecnologia aplicada pelos produtores”, justifica Dóro.
O preço da commodity até o momento está em patamares inferiores em relação ao ano passado. Hoje, a saca da soja está entre R$ 62 e R$ 63 enquanto no mesmo período do ano passado chegava próxima de R$ 68. Apesar do aumento da produtividade esperado, também houve um acréscimo no custo de produção desta safra. “No balanço econômico, até o momento a safra 2016 ainda é melhor. Por um lado o produtor está festejando a alta produtividade e por outro não tem reflexo no lucro. Claro que estamos no início do processo de colheita e comercialização e poderá reverter esse quadro”, pondera.
Milho
No caso do milho a colheita já está no final, restando apenas cerca de 10% da área cultivada. Mesmo assim, a tendência é de que agora os produtores deem uma pausa na retirada do grão da lavoura. A prioridade daqui para frente é a colheita da soja, já que o milho é capaz de esperar no campo sem perdas aos produtores.