Produtividade e preço animam produtores

Expectativa é de que, no Estado, sejam colhidas 162 mil toneladas de citros, das quais 107 mil toneladas de bergamotas

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A safra de citros iniciou com tranquilidade na região. O clima, a produtividade e o preço têm criado um ambiente favorável aos produtores neste ano.  No Estado, está programada para o próximo dia 24 de maio a décima oitava edição da Abertura da Safra de Citros. A expectativa é de que o Rio Grande do Sul colha 162 mil toneladas de citros, das quais, 107 devem ser de bergamota.

Conforme o assistente técnico regional da Emater de Passo Fundo, o engenheiro agrônomo Ivan Guarienti, a safra tem transcorrido com normalidade até agora. No momento, a região está comercializando lima, laranja rubi e laranja bahia, e bergamota satsuma. Para estes citros precoces, os valores da caixa de 40 quilos têm variado entre R$ 15 e R$ 17.  “É considerado um preço bom. Não é algo excepcional, mas tem animado os produtores. Inclusive, alguns agricultores estão pensando em plantar pomares porque veem na citricultura uma lucratividade interessante”, pontua Guarienti.

Na região, a maior parte da área plantada é formada por variedades mais tardias de laranjas e bergamotas que começam a amadurecer a partir de outubro. Até o momento as condições de clima são favoráveis, o que indica uma colheita tranquila. “Está tudo normal, não teve geada, não temos nada que atrapalhe a safra neste ano”, reforça.

Lucratividade

A produção de citros tem despertado o interesse dos produtores, principalmente pela lucratividade que representa. Guarienti explica que esse retorno financeiro é registrado principalmente nas frutas produzidas para serem vendidas ao consumidor final. “A maior lucratividade são para frutos de mesa que não vão para esmagamento, para fazer suco os preços são menores”, compara. Na região, as produtividades são relativamente altas, mas poderiam ser maiores na opinião do agrônomo. “Hoje atingimos 25 a 30 toneladas por hectare e poderia ser maior, mas para isso precisa aplicação de tecnologia para atingirmos patamares que podem chegar até 50 toneladas por hectare”, enfatiza.

Diferença de produção

Na produção doméstica, no entanto, há características bem distintas. Enquanto algumas plantas estão com produções altas, outras estão zeradas, ou com poucos frutos. Guarienti explica que essa diferenciação se dá em função da falta de manejo das plantas, principalmente no que diz respeito ao raleio de frutos. “Quando o fruto está do tamanho de uma azeitona, é preciso tirar os frutos excedentes para que fique um fruto por palmo”, explica. Se este raleio não for feito, a planta se esgota pela produção excedente e, no ano seguinte, não produz, ou produz muito pouco. “Isso se chama alternância de produção. Por isso a recomendação de deixar um fruto por palmo. Quanto mais tarde for feito o raleio, mais ele perde a eficiência. Além disso, muitas pessoas não fazem o releio por desconhecimento ou por pena de tirar os frutos excedentes”, observa. Com o raleio, pode-se tirar até 90% dos frutos da planta, no entanto as que ficam compensam no peso.

Estado

A expectativa para a safra deste ano é de que sejam colhidas 162 mil toneladas de citros, sendo 107 mil toneladas de bergamotas. Este número representa uma colheita semelhante a do ano passado, já que em 2016 a safra foi muito boa. Segundo a Emater Estadual, as condições deste ano têm sido parecidas, com chuvas regulares, suficientes e bem distribuídas e ausência de eventos adversos como geadas tardias ou granizo o que fez com que as frutas crescessem com bom tamanho.

Os dias com temperaturas mais amenas e noites frias também fazem com que os citros produzidos no Estado alcancem uma qualidade superior, com intensa coloração alaranjada para a casca e para o suco e um balanço adequado entre acidez e doçura. A abertura oficial da safra ocorre no município de Montenegro, no próximo dia 24 de maio.

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