Os estragos causados pelas chuvas e ventos fortes, que atingiram a região no último fim de semana, ainda são evidentes no interior de Passo Fundo e em toda a região. Municípios como Sertão, Casca e Vila Lângaro declararam situação de emergência, e agora aguardam a melhoria no tempo para que os reparos necessários possam ser realizados com auxílio da Prefeitura e da Defesa Civil.
Em alguns locais, as rajadas de vento de 80km/h deixaram casas e escolas destelhadas, enquanto pontes foram destruídas pela força das enxurradas causadas pela chuva de quase 90mm em apenas dois dias. No interior de Passo Fundo, um dos principais danos foi na divisa com o município de Marau, no acesso à Barragem do Capingui, onde uma ponte foi levada pela chuva. Já no Distrito de Santo Antônio do Capinzal, uma tubulação rompeu. “Já temos o material no local para fazermos os reparos necessários, para que os moradores daquela localidade possam ter o tráfego de veículos e pedestres normalizados. Estamos apenas esperando que o tempo amenize”, garante o secretário do Interior, Antônio Bortolotti. Embora estes tenham sido os locais mais atingidos, os danos foram registrados em todas as estradas do interior.
Sertão
Afetada por um vendaval, Sertão precisou decretar situação de emergência e aguarda agora uma posição quanto à Defesa Civil no envio de donativos para as pessoas mais prejudicadas. Devido à chuva constante, a recuperação de praticamente todos os estragos ainda não foi possível. “A gente não contabilizou ainda os números dos danos, estamos fazendo levantamento e não conseguimos passar em todos os locais que sofreram danos ainda, por conta do mau tempo”, afirma o secretário de Administração do município, Ilson Serro. Ele conta que os principais prejuízos se referem às estradas, mas os danos são vistos também em diversas propriedades do interior, residências, em uma escola e no salão de uma comunidade. “O vendaval não poupou nada, o que estava pela frente foi destruído. O salão da comunidade teve um prejuízo enorme, foi praticamente todo destruído, o vento levantou toda a cobertura”.
A Escola Municipal João Antônio de Col sofreu destelhamento em parte da estrutura, além da ruptura de uma parede do ginásio de esportes, localizado perto da escola e que agora oferece riscos às crianças que ali estudam. Por conta disto, as aulas foram suspensas e só devem retornar quando a estrutura for reparada. “O pavilhão do ginásio está interditado, a escola não está, mas precisa de recuperação da cobertura, que não foi recuperada ainda em virtude de o tempo não ter dado trégua”.
Pontão
Em Pontão, o principal dano foi registrado em estradas e lavouras. De acordo com o prefeito municipal, Nelson José Graselli, ainda não foi possível contabilizar o prejuízo total, mas sabe-se que todas as estradas necessitarão de reparos. “São mais de 650km de estrada, além de bueiros, a serem reparados. Com o transporte escolar e transporte do leite, que passam quatro vezes por dia na mesma estrada, isso é um problema enorme”.
Coordenadoria Regional de Proteção e Defesa Civil
De acordo com o coordenador adjunto da Coordenadoria Regional de Proteção e Defesa Civil de Passo Fundo, Sargento Adair Miranda, além dos municípios em situação de emergência, Jacutinga, Erebango, Getúlio Vargas, Vila Maria, Não-me-toque e Paim Filho também registraram estragos em pontes, estradas e na agricultura. “Estamos verificando os danos para fazer a decretação de situação de emergência nos que são necessários, no restante damos apenas orientação de como eles devem proceder”.
Desde sábado, a Defesa Civil de Passo Fundo, em parceria com a Secretaria de Obras, Secretaria de Transportes e Serviços Gerais, a Secretaria de Cidadania e Assistência Social (SEMCAS) e a Secretaria de Educação, tem feito a distribuição de lonas, a interdição de ruas alagadas ou bloqueadas pela queda de árvores e postes de luz, o acompanhamento de residências atingidas pelas águas e o encaminhamento aos órgãos competentes, no caso de enchentes decorrentes de problemas em tubulações ou bueiros. “Também fazemos vistorias em residências para ver se não estão em situação de risco. Se precisar, abrigamos as pessoas que tiveram que sair de suas casas, mas dessa vez não foi o caso. Conseguimos encaminhar todos que necessitaram para casa de parentes”, explica o coordenador local, Ruberson Stieven.
Dentro do perímetro urbano, os locais mais atingidos foram a Vila Luíza, Vera Cruz, Bertier, Vila Carmen, Don Rodolfo, São José e as redondezas da Rodoviária – outros bairros também registraram sinistros, mas em menor gravidade. Agora, nos dias seguintes ao temporal, a Defesa Civil permanece realizando trabalho de limpeza, retirada de árvores e desentupimento de bocas de lobo. Como a chuva não deu trégua, o sobreaviso permanece às equipes, no caso de ocorrência de novos estragos. “Estamos precisando de ajuda a algumas famílias que perderam muitos pertences, então pedimos que a comunidade que tem condições de doar alimentos e roupas, se dirija até a SEMCAS, onde há um posto de recebimento de doações”, reitera Stieven.
A distribuição de lona permanece no quartel do Corpo de Bombeiros. Para a retirada, basta se dirigir até o local, justificando a necessidade, em qualquer turno no dia. O contato da Defesa Civil é o telefone (54) 3313-4943 ou 153.
Trégua na precipitação
Depois dos 330mm registrados neste mês – 190% acima da média histórica – a chuva deve finalmente dar trégua na quinta-feira. “A população vai poder aproveitar alguns dias de sol, mas na segunda-feira a chuva retorna à região com instabilidade e possibilidade de temporal”, informa o observador meteorológico da Embrapa Trigo, Ivegndonei Sampaio.