Pelo menos 300 índios tiveram de deixar a reserva do Ligeiro, em Charrua, na sexta-feira à noite, depois que várias casas foram incendiadas durante conflito entre lideranças caingangues. Sem moradia, parte deles permanece acampada no escritório da Funai, em Tapejara. Ontem à tarde, lideranças participaram de uma reunião com o Ministério Público Federal e Funai, em Passo Fundo, mas o encontro terminou sem acordo.
Para se afastar do conflito, duas famílias viajaram para Passo Fundo e se instalaram às margens da BR 285, próximo a entrada do Parque Wolmar Salton. Dival Lima, 48 anos, disse ter fugido com a família, levando apenas a roupa do corpo. Ele declarou que o grupo responsável pela destruição das casas está fortemente armado dentro da reserva, fazendo ameças e intimidando quem não se submete a eles. “São caboclos, brancos que se casaram com índios e, aos poucos, foram se armando e tomando conta da reserva. Várias famílias já saíram de lá por causa deles” afirma.
Segundo o prefeito de Charrua, Valdesio Roque Della Betta (PP), durante o conflito, mais de 30 casas, além de uma igreja evangélica foram incendiadas. As residências ficaram completamente