?? hora de controlar plantas invasoras

Com o plantio praticamente encerrado na região, preocupação dos produtores é com o controle de plantas invasoras podem competir por água e nutrientes

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Plantas invasoras competem por nutrientes e encarecem a produção de sojaPlantas invasoras competem por nutrientes e encarecem a produção de soja
Plantas invasoras competem por nutrientes e encarecem a produção de soja
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O plantio da soja foi praticamente encerrado nos 40 municípios atendidos pela Emater Regional de Passo Fundo. Agora, enquanto algumas áreas já estão em fase de desenvolvimento vegetativo, é o momento de controlar as plantas invasoras. Se isso não for feito de forma eficiente, o desenvolvimento destas plantas junto à cultura da soja pode representar problemas em função da competição por nutrientes e por água. Além disso, a orientação técnica é fundamental, tendo em vista que algumas plantas apresentam resistência a alguns tipos de herbicidas. Em casos de infestação, custos de produção aumentam.
O engenheiro agrônomo da Emater Regional, Cláudio Dóro, explica que as culturas plantadas no início do período recomendado estão em fase de desenvolvimento vegetativo e apresentam bom padrão. Ainda não há ocorrência de pragas ou doenças, mas os produtores devem estar atentos para o controle de plantas invasoras. Esse cuidado deve ser redobrado quando há a ocorrência de plantas que apresentem resistência ao glifosato, por exemplo. “O produtor tem que fazer manejo com herbicida apropriado e recorrer à assistência técnica para ter a recomendação de produto e dose correta”, reforça. Esse controle deve ser feito logo no início do ciclo. Isso porque quando as plantas estão maiores o controle é dificultado e as plantas já competem por água e nutrientes.
Dóro explica ainda que até o momento as plantas não apresentam sinais de falta de água. Isso porque elas ainda uma baixa demanda. Mas há a preocupação dos produtores em função da ocorrência do fenômeno La Nina. Segundo ele, a evapotranspiração registrada tem sido bastante elevada. Além disso, é registrada uma média de 11 horas de insolação por dia, temperaturas elevadas e forte radiação solar. “Vamos ficar mais na dependência do clima e da chuva”, pontua o agrônomo.
Aumento do custo de produção
Um estudo realizado pela Embrapa nas principais regiões produtoras do Brasil avaliou que os custos de produção em lavouras de soja com plantas daninhas resistentes ao glifosato podem subir, em média, de 42% a 222%, principalmente pelo aumento de gastos com herbicidas e pela perda de produtividade da soja. Segundo o pesquisador Fernando Adegas, da Embrapa Soja (PR), os valores sobem, em média, entre 42% e 48% para as infestações isoladas de buva e de azevém, respectivamente, e até 165% se houver capim-amargoso resistente. Em casos de infestações mistas de buva e capim-amargoso, por exemplo, o aumento médio é de 222%.
Segundo o pesquisador, o custo médio no Brasil para o controle de plantas daninhas é de R$ 120 por hectare. Em um cenário de infestação de azevém resistente ao glifosato, por exemplo, existe a necessidade do uso de um herbicida alternativo associado ao glifosato para controle da infestante. “Nesse caso, o custo por hectare fica entre R$ 118,60 e R$ 236,70, o que representa um aumento médio de gasto com herbicidas de R$ 57,65”, calcula.
Adegas explica que em áreas infestadas com capim-amargoso resistente ao glifosato, a alternativa de controle passa a ser o uso de graminicidas. “De maneira geral, são conduzidas entre duas e quatro aplicações de graminicidas para o controle de plantas daninhas resistentes”, acrescenta. Com isso, o custo médio para o controle sobe de R$ 120 para aproximadamente R$ 318. “Isso causa um impacto de 165% a mais no custo de produção.”
Nas situações de infestações mistas de espécies daninhas resistentes ao glifosato, o aumento nos custos de controle é ainda pior. Em áreas com infestação de buva e de capim-amargoso, o custo de controle pode chegar a R$ 386 por hectare, ou seja, um aumento médio de 222% no custo de produção. Por isso, o pesquisador defende uma ampla discussão sobre a questão da resistência no Brasil. “Além do impacto econômico que já é sentido, o produtor precisa tomar medidas para minimizar ou conviver com essa resistência em sua propriedade”, pontua.

Prevenção
Entre os métodos preventivos recomendados, Adegas destaca a aquisição de sementes livres de infestantes; a limpeza de máquinas e equipamentos, especialmente as colheitadeiras; e a manutenção de beiras de estrada, carreadores e terraços livres de infestantes
No que diz respeito ao controle mecânico, a indicação é pelas capinas e roçadas. No caso de controle químico, Adegas lembra que a principal ação é a utilização de herbicidas de diferentes mecanismos de ação, em diferentes sistemas de controle.
Entre os métodos culturais incluem-se a diminuição dos períodos de pousio, o investimento em produção de palhada para cobertura do solo e a utilização de cultivares adaptadas em espaçamento entre linhas, além da rotação de culturas.

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