Chuvas beneficiam desenvolvimento da soja

Com a entrada da cultura em um dos períodos críticos do ciclo, chuvas tranquilizaram produtores, pelo menos por enquanto

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Chuvas beneficiaram período de floração e formação de vagens da sojaChuvas beneficiaram período de floração e formação de vagens da soja
Chuvas beneficiaram período de floração e formação de vagens da soja
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As chuvas das últimas semanas tranquilizaram os produtores de soja da região. A estiagem enfrentada no final do ano passado e no início deste mês causava apreensão. Agora, com a chegada da cultura a um dos períodos críticos de seu desenvolvimento, o retorno das chuvas foi fundamental para permitir a normalização do padrão das plantas. Por outro lado, conforme dados da Emater Regional de Passo Fundo, o milho pode ter perda de cerca de 25% na produtividade em função da estiagem.


A soja ocupa a maior área produtiva na safra de verão e também tem a maior representatividade econômica. Conforme o engenheiro agrônomo da Emater, Cláudio Dóro, os produtores estavam angustiados em função da ocorrência do fenômeno La Niña que historicamente diminui o volume de chuvas na região. “Com as chuvas, a soja retomou o desenvolvimento e está em padrão normal e as chuvas estão coincidindo com o período crítico da cultura que é floração e formação de vagens. As chuvas foram benéficas e agora poderíamos ter alguns dias de tempo aberto porque as plantas também precisam de luz. As chuvas foram abrangentes na região e por enquanto o padrão é muito bom”, avalia. A preocupação dos produtores é se as chuvas no mês de fevereiro ocorrerão em volumes suficientes para sustentar a produtividade, que pode alcançar bons índices caso o clima contribua.


Até o momento, as lavouras não têm sofrido grande pressão de pragas e doenças. Mas com a umidade e as altas temperaturas, os produtores devem estar atentos e fazer o monitoramento. A maioria dos produtores já fez uma ou duas aplicações de fungicidas associados com inseticida. Ainda assim há a ocorrência de algumas pragas, como percevejos e lagartas, e doenças, mas nada preocupante, pelo menos por enquanto. “Assim que melhorar o tempo terá mais uma aplicação de fungicida e inseticida e está tudo controlado”, pondera Dóro.


Mercado
O mercado da oleaginosa, no entanto, está com algumas indefinições até o momento, principalmente em função de dois fatores principais: as condições climáticas adversas nas regiões produtoras da América Latina e a baixa do câmbio do dólar. “Na Bolsa de Chicago subiu bem, mas o câmbio caiu e neutralizou as opções de alta. Estamos vivendo um mercado de alta volatilidade pelo clima na América Latina e o câmbio”, reforça Dóro. Além disso, neste ano, menos produtores optaram por fechar contratos no mercado futuro. Os preços não estavam atrativos e apenas entre 12% e 15% dos agricultores optaram por esta modalidade de negociação. “Agora, com essas oscilações, não tem muita oferta no mercado futuro. E o produtor está com um pé atrás esperando o que vai acontecer. O mês de fevereiro irá definir a safra. Se tivermos chuva será uma safra boa, agora se tiver pouca umidade teremos quebra de safra. Sabemos que o mês de fevereiro pode ser mais seco e para a soja isso é ruim. O agricultor fica receoso”, analisa Dóro.


Milho
O milho ainda não começou a ser colhido e está em período de maturação fisiológica. Com a estiagem registrada entre o final do ano e o início de janeiro a cultura teve perdas que não foram possíveis de serem revertidas com a retomada da umidade. A estimativa da Emater é de que a redução da produtividade chegue a 25%. A colheita da cultura deve iniciar no dia 15 de fevereiro e se estende até a metade de março, quando começa o trabalho de colheita da soja.

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