Com o tempo seco e sem chuva dos últimos dias, a colheita do milho acelerou, alcançando 30% da área cultivada, aproximando-se da média dos últimos anos. De acordo com o Informativo Conjuntural, divulgado pela Emater/RS-Ascar, os rendimentos apresentam níveis satisfatórios nas áreas ao Norte do estado. Do Centro para o Sul, a situação da lavoura segue em declínio. As chuvas ocorridas ainda na segunda quinzena de janeiro não foram suficientes para reverter o quadro de aguda deficiência hídrica, prejudicando sobremaneira o desenvolvimento das lavouras e atingindo fortemente a fase reprodutiva das plantas, diminuindo assim o potencial produtivo.
O panorama da cultura da soja não apresentou diferenças significativas em relação à semana passada, com áreas do Norte apresentando bom potencial produtivo, entrando com mais rapidez na maturação. Em contrapartida, áreas do Sul seguem enfrentando problemas em relação à deficiência hídrica que se acentua a cada dia, com as lavouras atingindo o ponto de inviabilizar o retorno a uma condição normal, mesmo que chova a partir de agora.
Deve-se salientar que, nos últimos anos, a parte Sul do estado teve um incremento muito forte no plantio da oleaginosa. A possível 'quebra' na produção esperada pode ter reflexo negativo, em escala significativa, na produção total do RS. Isso porque as regiões administrativas da Emater/RS-Ascar de Pelotas e Bagé plantam cerca de um milhão de hectares, 18% do total estimado dos 5,5 milhões de hectares cultivados nesta safra.
O clima continua favorável para o desenvolvimento da cultura do arroz, em que as lavouras semeadas no início do período favorável começam a entrar em maturação, condição essa que alcança 6% da área semeada nesta safra (1,1 milhão de hectares).
As primeiras colheitas devem iniciar em poucos dias. Até o momento, o potencial produtivo tem se mantido sem alteração. As lavouras, em sua maioria, estão limpas, bem manejadas e com boa disponibilidade de água para irrigação, com algumas exceções na Região da Campanha e do Centro-Sul do estado, onde a estiagem tem se mostrado mais persistente e os mananciais hídricos começam a atingir cotas abaixo do esperado para o momento.
Se na parte da produção os orizicultores não enfrentam problemas, na comercialização o cenário é distinto. A iminente entrada do arroz desta safra pode pressionar ainda mais as já defasadas cotações do produto, dificultando a comercialização e estreitando as potenciais margens de lucro, quando houver.