O Ministro da Agricultura Blairo Maggi visitou ontem a 19ª Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque e destacou que o plano safra previa, ainda em 2017, R$ 70 bilhões para o setor. Em função de algumas linhas já terem sido consumidas, o Ministério organiza a transferência de recursos de outras rubricas para onde há maior necessidade. Além disso, enfatizou que os juros no setor agropecuário devem baixar, mas isso deve acontecer a partir do início do segundo semestre.
Ele defendeu as ações do governo e, ciente da baixa popularidade do atual presidente, enfatizou que a importância das ações tomadas neste período será mostrada pela história, no futuro. Maggi também falou das ações do Ministério a fim de minimizar os impactos decorrentes da nova fase da Operação Carne Fraca, deflagrada no início da semana.
De acordo com ele, em 2017, quando houve a primeira fase da operação, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) foi pego de surpresa e precisou dar explicação das ações no mundo inteiro em função da cobrança de outros países sobre a falta de transparência do governo brasileiro em comunicar o mercado o que estava acontecendo. Desta vez, a equipe se antecipou e, tão logo foi deflagrada a nova fase da operação, emitiu nota aos embaixadores estrangeiros no Brasil, e também aos embaixadores brasileiros que estão em outros países, a fim de dar a maior clareza aos mercados compradores. Segundo ele, o Ministério mantém uma equipe de plantão para prestar esclarecimentos ao mercado. “Desde 2017, o Mapa subiu a régua da fiscalização e estamos vivendo um outro momento. As próprias plantas reclamam da nossa rigidez, mas pelo que aconteceu ontem, vemos que estamos no caminho certo em dar garantia para o mercado de que estamos fazendo a coisa de forma científica e não deixando que a política tome conta”, pontua. Segundo ele, a nova fase não foi surpresa, e o Mapa entende que novas fases devem ocorrer e é um colaborador do Ministério Público e da Polícia Federal.
Leite
Maggi também falou da concorrência entre os produtos agropecuários brasileiros e dos demais países do Mercosul. O leite, para ele, é um dos casos mais preocupantes para o Rio Grande do Sul em função da proximidade com a Argentina. “O Brasil tem um superávit de balança comercial com Argentina de 8 bilhões de dólares por ano, mas quando a gente separar a agricultura, temos um déficit de 3 bilhões, então é a agricultura pagando uma conta da indústria”, enfatizou. Para ele é necessário rever os acordos do Mercosul, a fim de beneficiar o setor, especialmente nos estados da região Sul.
Governo brasileiro
O ministro também reconheceu estar ciente da baixa popularidade do governo Temer. Segundo ele, mesmo sem o apoio popular, o governo tem levado adiante mudanças consideradas importantes para o país, como foi o caso da reforma trabalhista, e seria com a reforma previdenciária. “Ele não está pensando em dividendos políticos, está olhando tecnicamente e está avançando em muitas áreas e a história vai mostrar o quanto esse governo foi importante pras vidas nossas no futuro”, enfatizou referindo-se ao presidente Michel Temer.