Um vídeo que começou a circular ontem à noite, em que mostra suposto assédio sexual do prefeito de Não-Me-Toque, Armando Carlos Roos, (PP) a uma servidora do município causou espanto na comunidade. Desde que recebeu o aval do tribunal de Justiça do Estado, a Polícia Civil de Não-Me-Toque investiga duas denuncias de assédio sexual contra o prefeito. Responsável pela investigação, delegado Gerri Adriani Mendes, disse que duas servidoras públicas procuraram a delegacia alegando ameaças de perda ou rebaixamento de cargo caso não aceitassem o assédio promovido pelo prefeito. Desde ontem à noite, um vídeo gravado por uma das vítimas circula pelas redes sociais, mostrando a investida do prefeito.
A primeira denúncia foi feita no ano passado, por uma servidora de carreira. Ela teria sido rebaixada de cargo e salário, por não ter aceito o assédio sexual feito pelo prefeito. A mulher também alegou ser ameaçada e recebeu proteção no âmbito da Lei Maria da Penha. Para dar prosseguimento às investigações do primeiro caso, a polícia precisou do aval do Tribunal de Justiça. O Ministério Público Estadual também tem uma representação criminal contra o prefeito.
A vítima que gravou o vídeo é funcionária que trabalha desde o ano passado em cargo comissionado. O prefeito teria imposto favores sexuais em troca de uma melhor condição de trabalho.
Transcrição de parte do vídeo:
O vídeo feito por um telefone celular e mostra a conversa entre a suposta vítima e o prefeito. Ele não sabe que está sendo gravado. Na conversa, tratam de um emprego para ela. O prefeito diz que vai vagar um CC1 na prefeitura e que ela vai trabalhar como chefe de turno, mas onde não é especificado, mas fica definido que ela vai começar no dia 1º, mas no vídeo não fica claro de que mês.
''Deixa evoluir a coisa um pouco, tem gente que deve estar saindo'' diz o prefeito.
Em determinado momento da conversa eles riem, e ele diz ''eu quero...'' mas esse trecho não é claro. Ela responde ''não tem querer nada''.
Ele pergunta: ''_nenhuma chance por enquanto?''.
Ela responde: ''_ Primeiro eu vou resolver a minha vida, depois a gente conversa''.
Ele diz que ela pode ir no apartamento dele, ''_mas ia ter que ser na semana que vem, porque na outra você já começa (a trabalhar)''.
Ela diz que não pode, pois trabalha como faxineira, e ele responde:
''_ Mas uma coisa de dinheiro eu te dou, eu não quero de graça''.
A segunda vítima também foi afastada das funções e, segundo a polícia, passou a receber ameaças por um perfil falso do facebook. Ela tem garantidas as proteções da Lei Maria da Penha.
A imprensa aguarda manifestação do prefeito Armando Roos, que deve ocorrer ainda na tarde desta terça-feira.