A colheita e venda do pinhão no Estado começou oficialmente no dia 15 de abril e vai até o final do inverno, com a colheita das variedades mais tardias, como macaco e cajuva. A colheita, transporte e comercialização do pinhão no RS são regidas pela Portaria do Ibama (DC nº 20, de 27.09.76), sendo o prazo estabelecido como forma de conservação e preservação da Araucária angustifolia. Conforme informações do Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar, a safra atual na região da Serra deve ser, em média, 10% superior a de 2017, com oscilações na produção de um local para outro.
Em São Francisco de Paula, município com status de maior produtor de pinhão no Estado, a produção deverá ficar entre 160 a 190 toneladas. A safra atual na região apresenta boa qualidade, com a produção de pinhões com boa sanidade. Observa-se pinhas de bom tamanho, com o peso variando entre dois a três quilos, em média, e as sementes de tamanho médio a grande, ressalta a engenheira florestal da Emater/RS-Ascar, Adelaide Kegler Ramos.
O extrativismo do pinhão, além de alimento característico da região, representa importante fonte de renda para muitas famílias, inclusive para um expressivo número de produtores é uma das principais fontes de renda da propriedade. O pinhão representa, nas regiões produtoras, opção gastronômica típica, seja para o consumo in natura ou na elaboração de paçoca, bolos, pudins e entrevero, entre outras receitas culinárias.
A colheita do pinhão é feita toda manualmente, através da coleta das sementes diretamente no solo, quando os pinhões caem naturalmente com a maturação das pinhas, ou pela derrubada das pinhas, utilizando-se como ferramenta a vara de bambu, ou ainda subindo nos galhos dos pinheiros com o auxílio de trepas ou esporas.
A cadeia extrativa do pinhão consiste basicamente na colheita e comercialização do produto. Há poucas ações de beneficiamento, industrialização e conservação da semente, o que restringe em muito o período e os volumes de comercialização, explica Adelaide.
O comércio é praticamente todo informal, feito diretamente pelos extrativistas em diferentes mercados locais: à beira da estrada, mercados, restaurantes, de casa em casa, entre outros. No entanto, a maior parte da produção ainda é comercializada através de intermediários, que levam o produto para os centros maiores, como nas Ceasa Porto Alegre e Caxias do Sul, e também para outros estados.
Os preços médios praticados na venda do pinhão na região variam de R$ 3,50 a R$ 5,00/Kg, a nível de extrativista/produtor, e entre R$ 5,80 a R$ 9,00/ Kg, em supermercados e fruteiras. O preço mínimo básico fixado para a safra pela Portaria Mapa nº 14, de 03/01/2018, é de R$ 3,16/Kg para o pinhão extrativista.
A maior parte do pinhão é negociada na forma in natura, em alguns casos as sementes são comercializadas cozidas nas vias de acesso às cidades produtoras, ou então minimamente processadas na forma de pinhão moído ou de paçoca. O processamento do pinhão agrega valor significativo ao produto, sendo a paçoca vendida ao preço médio de R$ 17,00/kg.