Cancelamento de linhas de ônibus preocupa usuários

Alunos e funcionários do IFRS Campus Sertão dependem do serviço para chegar à instituição

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O cancelamento de quatro linhas do transporte intermunicipal entre Passo Fundo, Getúlio Vargas e Erechim vem preocupando alunos e funcionários Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS) do Campus Sertão. Eles dependem do itinerário para se descolar até a instituição. O aviso, que foi colado nos ônibus da empresa Unesul, anuncia o fim dos horários a partir do dia 15 deste mês.


O Campus Sertão possui 190 servidores efetivos, 50 terceirizados e 15 professores substitutos. São 1,5 mil alunos de cursos técnicos e superiores. O diretor geral do Campus Sertão do IFRS Odair José Spenthof enfatiza a necessidade da frota até a sede da instituição. “O campus está localizado fora da área urbana e depende diretamente dessa linha que está em atividade há mais de 30 anos. Diariamente, alunos e servidores utilizam o transporte da empresa para ter acesso ao Campus. O cancelamento da linha vai prejudicar muitas pessoas, inclusive os moradores do Distrito de Engenheiro Luiz Englert”, alega o diretor.


Os usuários e a instituição se mobilizaram para impedir o fim das linhas, por meio de um abaixo-assinado e de pedidos de solução junto ao Departamento Autônomo de Estradas e Rodagens (Daer). No fim da tarde, os servidores receberam um comunicado da direção do Instituto alegando que a Unesul prometeu o transporte até o campus aproveitando outras linhas da empresa. A reportagem de ON entrou em contato com o Daer e com a Unesul, mas até o fechamento da edição não havia sido respondida por nenhuma das duas.


Dificuldade aos usuários
A psicóloga Gabriele Albuquerque trabalha no IFRS há cinco anos. Ela mora em Passo Fundo e utiliza o ônibus que sai do município às 7h com destino a Getúlio Vargas. “Essas linhas são duas das principais que passam pelo Campus. Com o cancelamento, as pessoas ficarão sem ter como acessar o Campus, principalmente os alunos, mas os funcionários também. Nós servidores contamos com a ajuda de colegas, que podem nos dar carona, mas é sempre uma incerteza”, comenta.


Uma das opções, de acordo com Gabriele, seria pegar outro ônibus e descer na ERS 135. Porém, os usuários precisariam caminhar cerca de dois quilômetros pela rodovia que dá acesso ao campus. “É uma rodovia que não tem acostamento, até a sede da instituição, então fica uma situação bastante complicada. É um lugar escuro, sem sinalização e sem muita movimentação” alerta a psicóloga.


Raquel de Oliveira Paim também mora em Passo Fundo. Ela é estudante de Análise de Desenvolvimento de Sistemas e cogita trancar o curso caso não tenha mais o transporte até o campus. “Não tem como. A gente tentou ver com os colegas se conseguiria carona, mas o pior de tudo é que não tem porque todo mundo depende de ônibus”, afirma. Além disso, Raquel enfatiza que há uma comunidade próxima de Sertão que depende desses ônibus. “Vai ficar inviável para todo mundo”, resume.

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