Solidariedade para amenizar o prejuízo do vendaval

Autoridades, entidades e comunidade se mobilizam para ajudar atingidos pelo temporal do início da semana. Mais de 100 casas foram danificadas no município

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Capela mortuária da cidade foi destruída pelo vendaval. Segundo o prefeito, ela havia sido reformada há cerca de quatro anosCapela mortuária da cidade foi destruída pelo vendaval. Segundo o prefeito, ela havia sido reformada há cerca de quatro anos
Capela mortuária da cidade foi destruída pelo vendaval. Segundo o prefeito, ela havia sido reformada há cerca de quatro anos
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“Por que não dormiram aqui?”, questionou o dono do Restaurante do Nene, referindo-se a madrugada de terça-feira (12), ocasião em que um forte temporal atingiu a região norte do Rio Grande do Sul. No estabelecimento, que fica localizado na principal via de Ciríaco, a Avenida Dezenove de Maio, bem ao lado do prédio da prefeitura, a pauta do almoço, nesta quarta-feira, era a destruição que o vento causou. Cidade de interior, onde comerciantes e clientes se conhecem pelo nome, o assunto nas rodas de conversa não poderia ser outro. No município de aproximadamente cinco mil habitantes, que teve mais de 100 casas danificadas, além de aviários, silos e salões destruídos, a mobilização é total.


Do salão comunitário, a primeira-dama, Cristiane Brustolin Lopes, organizava, na manhã de ontem, as doações que seriam entregue aos atingidos à tarde. Entre os itens, cobertores, roupas, colchões e alimentos não perecíveis. Parte dos materiais já havia sido entregue ainda na noite de terça. Uma estrutura para receber possíveis desabrigados também estava montada no local. “Estávamos preparados para recebê-los, com local para dormir e alimento, mas eles preferiram casas de amigos e familiares”, reforçou Cristiane.


Ao mesmo tempo, pelas ruas, prefeito Arlindo Antônio Lopes e o vice Odacir B. M. de Mello visitavam as propriedades atingidas e organizavam as equipes. As máquinas da prefeitura trabalhavam na limpeza dos escombros e na abertura das ruas que foram trancadas por galhos e troncos de árvore. Lonas eram distribuídas para amenizar o destelhamento. O abastecimento de água e o recebimento de energia elétrica, que ficou suspenso na terça-feira, estavam quase normalizados. No fim da manhã de ontem, cerca de 300 residências do Bairro Planalto ainda não tinha luz. Mais de 90% do abastecimento de água havia sido normalizado ontem.


Os dirigentes do Executivo de Ciríaco ressaltam o empenho e a resposta imediata que tiveram de entidades e da comunidade, de maneira geral. “A partir da 1h30, 2h [logo após o temporal] o pessoal da prefeitura já começou se mobilizar e no amanhecer o pessoal já estava trabalhando. A gente só tem a agradecer pela união de todos. Terça à noite nós vimos uns vizinhos ajudando aos outros. Não precisou nem ir para o salão”, acrescentou Mello. As prefeituras vizinhas, como Vanini, Gentil, David Canabarro e Moliterno disponibilizaram servidores públicos para auxiliar nos reparos. “Neste momento, o pessoal precisa de tudo. A gente só tem a agradecer”, completa Lopes.


Apesar do comprometimento de moradores e servidores, o prefeito acredita que levará em torno de dois meses para minimizar o estrago. As aulas estão suspensas, já que o vento destelhou a escola municipal, além de danificar computadores e móveis. Lopes estima que as atividades escolares sejam retornadas daqui a 10 dias. Os danos, na cidade e no interior, além de casas destruídas, incluem aviários, silos, salões comunitários e a capela mortuária. Segundo o prefeito, ainda é cedo para contabilizar os estragos, já que novas perdas ainda estão aparecendo. “Jogando por baixo, acredito que, até o momento, tenha uns R$ 10 milhões de prejuízo”, completa.

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