Inteligência da BM antecipou possível ação na região

A resposta rápida surpreendeu os moradores, que vivenciaram o segundo assalto, com as mesmas características, num intervalo de oito meses

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Serviço de inteligência da BM foi fundamental para ação rápidaServiço de inteligência da BM foi fundamental para ação rápida
Serviço de inteligência da BM foi fundamental para ação rápida
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A estratégia do comando da Brigada Militar, em mobilizar o efetivo durante a operação Diamante na região, foi determinante para impedir a fuga da quadrilha que espalhou medo e pânico, em Ibiraiaras, na segunda-feira. No confronto com os policiais, seis criminosos foram mortos. Ontem à tarde, o corpo do gerente adjunto do Banco do Brasil, Rodrigo Mocelin da Silva, 37 anos, levado como refém e morto durante a fuga, foi sepultado no cemitério Memorial Vera Cruz. Desde o desfecho da ação até a tarde de ontem, pelo menos 45 policiais se revezaram no monitoramento de um matagal, na localidade de São PIO X, distante aproximadamente quatro quilômetros do centro da cidade, onde dois foragidos estariam escondidos. 

Aproximadamente 70 quilômetros era a distância do helicóptero da Brigada Militar em relação à cidade de Ibiraiaras, no momento em que a informação dos roubos chegou ao piloto. A ação da quadrilha ainda estava em andamento quando a aeronave sobrevoou o município. A resposta rápida surpreendeu os moradores, que vivenciaram o segundo assalto, com as mesmas características, num intervalo de oito meses. "Desta vez eles chegaram muito rápido, praticamente juntos. Tem que elogiar essa agilidade", disse Gilberto Mezzomo, 44 anos, proprietário de um supermercado na esquina da quadra onde ficam as agências. Ele acompanhou toda a ação do andar superior do prédio.
A proximidade das guarnições na região não teve nada de casual. Um levantamento realizado pelo setor de inteligência da Brigada Militar, estabelece uma espécie de ranking das localidades, incluindo diversos municípios, com fortes possibilidades de ocorrer assaltos a bancos. Um destes levantamentos indicou a região de Lagoa Vermelha e Vacaria.

 

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"Usamos fortemente a questão da inteligência. O estudo detalhado indica dados de possíveis municípios, com rotas de fuga. O estado é divido em quadrantes e distribuído o efetivo nestas áreas", explica o tenente coronel e comandante do 10º BPM de Vacaria, Fabiano Paim.
Segundo o militar, a primeira troca de tiros teria ocorrido na saída da cidade. Policiais buscavam abrigo em um barranco, próximo de uma casa, com a intenção de apenas observar o sentido da fuga. Entretanto, a quadrilha percebeu e disparou contra os PMs, que revidaram.
Os demais confrontos ocorreram na localidade de São PIO X, onde o motorista de um terceiro veículo, que esperava para dar apoio aos comparsas, acabou sendo surpreendido e preso. "Quando os policiais perceberam que os reféns estavam na traseira do Voyage, abandonaram as buscas para prestar socorro. Apenas a aeronave permaneceu monitorando até a chegada de reforço", relata o comandante.
Um dos reféns foi levado para o interior da mata. Mais tarde, relatou aos policiais que conseguiu escapar no momento em que cruzavam um córrego. "Ele disse que o assaltante jogou a arma para pular sobre a água, então correu. Outro indivíduo, ainda apontou um revólver na direção dele e puxou o gatilho, mas provavelmente não havia mais munição", observou Paim.
Moradores da localidade foram alertados da possível permanência de dois foragidos na região. A movimentação era monitorada de um dos pontos mais altos da região. Participaram do revezamento, integrantes do Grupo de Ações Táticas Especiais (GATE), responsável pela varredura dentro da mata, integrantes do canil do 12º BPM, Batalhão de Operações Especiais (BOE), de Porto Alegre e Passo Fundo, e policiais militares de Vacaria. Ontem à tarde, as guarnições especiais já haviam iniciado o retorno para suas bases.

 

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