O Ministério Público Estadual de Marau abriu um Procedimento Preparatório (PP) para investigar uma empresa de Vila Maria, responsável por causar prejuízos avaliados em aproximadamente R$ 80 milhões a 700 produtores da região. Segundo denúncia, a Fertimar, uma empresa particular com mais de duas décadas de atuação na região, deixou de repassar às vítimas o pagamento pela compra de grandes volumes de soja. Além de Vila Maria, a empresa mantinha uma unidade no município de Camargo.
A situação teria se agravado a partir da metade do ano passado, com a morte de um dos sócios fundadores. Responsável pelo caso, o promotor Fabrício Gustavo Allegretti, já ouviu dezenas de agricultores envolvidos. "São relatos semelhantes. Da noite para o dia, a empresa fechou as portas e a soja sumiu, deixando eles no prejuízo", afirma. Num primeiro momento, o foco do PP, segundo ele, é investigar a empresa para identificar nominalmente os futuros investigados. Além dos depoimentos, o MP recebeu documentos que sinalizam para práticas criminais. A Polícia Civil também trabalha no caso. "Vamos identificar a responsabilidade de cada um, num período de pelo menos um ano", diz o promotor. Uma decisão da Justiça, em dezembro passado, decretou a indisponibilidade dos bens da empresa.
O MP acompanha dois processos que tramitam no fórum da cidade. Um deles referente ao inventário da morte do sócio-proprietário e uma ação com pedido de falência da empresa. Este segundo procedimento foi encaminhado pelo advogado Daniel Dallacort, que atua na defesa de 50 clientes. "Ingressei com ações de cobrança e também com uma ação coletiva pedindo a falência da empresa. A ideia é criar um consórcio de credores", afirma. O ON não conseguiu contato com representantes da empresa.