Tecnologias conectam novas formas de hospedagem

Aplicativos móveis possibilitam a troca de cultura e economia na hora de se hospedar

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O Projeto CouchSurfing é uma ferramenta de hospitalidade grátis que conecta anfitriões e viajantesO Projeto CouchSurfing é uma ferramenta de hospitalidade grátis que conecta anfitriões e viajantes
O Projeto CouchSurfing é uma ferramenta de hospitalidade grátis que conecta anfitriões e viajantes
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O fluxo de pessoas durante os cinco dias de Expodireto-Cotrijal, em Não-Me-Toque, movimenta o agronegócio e o turismo no município de, aproximadamente, 17 mil habitantes. 

 

Na feira, o agro injeta investimentos na economia e conecta pessoas que fogem do convencional ao buscar alternativas à lotação hoteleira. O universitário Matheus Portela, de 28 anos, abriu as portas de casa, em Passo Fundo, para receber duas estudantes de Bento Gonçalves e Veranópolis que solicitaram hospedagem através do aplicativo Couchsurfing Travel. “O interessante é receber as pessoas já conhecendo algo relacionado à vida delas porque já está disponível no perfil, na hora da solicitação. É como se você já tivesse uma intimidade com os hóspedes ao oferecer um espaço da tua casa para usufruir coletivamente”, analisa.


O anfitrião conta que há 10 anos já utiliza o sistema eletrônico para estabelecer conexões em viagens e, agora, acolhe as turistas que vieram conhecer uma das maiores feiras voltadas ao agronegócio do país. Além dos laços de amizade criados durante o período, a redução no valor desembolsado com a estadia é um dos atrativos para quem solicita um cômodo para instalação temporária. “Eu costumo não cobrar diárias. Nós dividimos apenas os custos com alimentação”, garante.
Além do Couchsurfing, outros aplicativos favorecem a desburocratização em todo esse processo de busca por acomodações, para além dos aluguéis tradicionais firmados nas recepções hoteleiras ou em imobiliárias. O serviço online Airbnb é outro que oferece a opção de aluguel direito com o proprietário.


Na semana da Expodireto, as diárias para os imóveis de Não-Me-Toque ou em cidades da região, como Sarandi e Victor Greaff, variam de R$ 50 a R$1.6 mil, no aplicativo comunitário. A opção de cobrança – ou não- pelo espaço é de cada anfitrião que coloca o espaço à disposição.

 

Uma cidade que pulsa no ritmo do campo
Assim como as duas estudantes, cerca de 250 mil pessoas também devem caminhar pelos estantes da 20ª edição da Expodireto, segundo as projeções dos organizadores do evento.


Na esteira dos negócios, a cidade de Não-Me-Toque se prepara com, pelo menos, três meses de antecedência para receber os mais diversos tipos de público que costumam se encontrar no parque, entre eles expositores, empresários, agricultores, visitantes e jornalistas. “A rede hoteleira do município fica lotada duas semanas antes do início do evento e permanece cheia até duas semanas depois do término das exposições”, afirma o diretor-executivo da Associação Comercial, Industrial, Agropecuária e de Serviços de Não-Me-Toque (Acint), Cristiano Farias.


O movimento, porém, não sobrecarrega somente os hoteis. O comércio da cidade se adapta para atender a demanda do público que circula por bares, restaurantes e lojas do município, como assegura Farias. “As lojas, por um decreto municipal, ficam abertas até às 20h no período em que a feira está acontecendo. Isso é duas horas a mais que o expediente normal nos demais meses do ano”, aponta.


O ramo gastronômico foi outro influenciado pela potencialidade da Expodireto. Em um ano, dois novos restaurantes reforçaram as opções de alimentação da população local e dos turistas. “Há um terceiro estabelecimento sendo projetado na cidade impulsionado pelas empresas e pelo público da feira”, revela Farias.


Com o evento de agronegócio, o fluxo de veículos nas estradas da região também se intensificou. Segundo a Polícia Rodoviária Federal de Sarandi (PRF), nos trechos de acesso à cidade de Não-Me-Toque, o trânsito de carros aumentou 50% em comparação ao fluxo diário normal.

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