Meteoro cruza o céu gaúcho e viraliza na redes sociais

Especialista explica fenômeno visto em pelo menos 38 municípios do estado na noite de quinta-feira (6)

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Na manhã desta sexta-feira (7), dezenas de ima­gens e vídeos de um objeto luminoso cortando o céu do estado viralizaram nas redes sociais. Nas imagens registradas, o corpo celeste surge como um forte clarão e, em poucos segundos, se dissol­ve em fragmentos menores e desaparece. No Rio Grande do Sul, o fenômeno foi visto por morado­res de pelo menos 38 municípios por volta das 22h30 de quinta-feira (6), entre eles Passo Fundo. Habitantes do Norte do Uruguai, Paraguai e da província argentina de Misiones, além de mora­dores de municípios catarinenses, também teste­munharam o que chamaram de "bola de fogo". O professor Álvaro Becker da Rosa, ligado ao curso de física da Universidade de Passo Fundo (UPF), explica que se trata de um meteoro, poeria cósmica que, ao entrar em contato com a atmos­fera da Terra, incendeia e cai em alta velocidade em direção ao solo. "É comum a entrada dessas rochas na nossa atmosfera. A maioria tem o ta­manho de um grão de arroz e por isso não cau­sa tanta impacto para as pessoas. Entretanto, as rochas maiores, como a que caiu na quinta-feira, são mais raras. Desde que Dom Pedro I começou a registra-las, há 200 anos, temos relato de que aproximadamenre 30 caíram no Brasil. Destas, 15 foram encontradas já no solo e sem o registro da queda, e um número semelhante foi visto caindo do céu e, na sequencia, foi encontrada. Eu mesmo, só vi duas até hoje", esclarece.

 

Sobre o meteoro visto nesta semana no estado, Álvaro explica que possivelmente ele se despe­daçou antes de atingir o solo. "Na órbita da Terra, essas rochas que são formadas por metais ad­quirem velocidades que podem chegar a 60 mil km/h, então, com o aquecimento causado pelo fogo, elas têm temperaturas elevadíssimas e eva­poram ou se partem em centenas de fragmentos. Quando muito grandes, como a que foi registrada em 2015 na Rússia, podem causar grandes estra­gos. Mas isso é realmente muito raro. É como se uma pessoa ganhasse na mega sena várias vezes", compara o físico.

 

Sobre o fato de algumas pessoas terem teste­munhado barulhos e tremores em decorrência do meteoro, o professor Álvaro cita que a explo­são da rocha ao entrar na atmosfera pode causar barulho, mas não crê que seja possível o objeto celeste registrado nesta quinta-feira ter causado algum tremor nas cidades gaúchas.

 

"Esses fenômenos são muito bacanas de serem apreciados. E, em algumas épocas do ano, podem ser mais comuns devido a órbita da Terra, que pode pôr o planeta em contanto com maior número de poeira cósmica. Eu sempre digo que se pararmos de olhar tanto para o celular e olharmos para o céu, podere­mos perceber várias outras maravilhas da natureza como esta", finaliza o estudioso.

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