Correios: Funcionários decidem hoje sobre fim da greve

Em torno de 15% do efetivo permanece paralisado. Parte dos trabalhadores retornou às atividades ontem (16)

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Os trabalhadores dos Correios de Passo Fundo que ainda estão paralisados devem decidir os rumos da greve em assembleia na tarde desta terça-feira (17). De acordo com o diretor da subsede regional do Sindicato dos Trabalhadores em Correios e Telégrafos (Sintect-RS), Gelson Zapello, a tendência é que os funcionários voltem ao trabalho amanhã. Isso porque o principal objetivo da paralisação, que era chamar atenção da empresa para a negociação do reajuste salarial, foi atingido. “A empresa abriu a chance de negociar. Era o que nós queríamos. Até porque não estamos pedindo nem aumento, apenas a reposição da inflação no reajuste salarial”, enfatizou.


Parte dos trabalhadores voltou às atividades ainda ontem (16). Aproximadamente 15% dos funcionários permanecem em greve. “Nós deixamos em aberto, então parte dos trabalhadores optou por retornar ao trabalho já nesta segunda”, complementou Zapello. A greve iniciou na quarta-feira da última semana, 11 de setembro. Em Passo Fundo, a adesão chegou a 80%. Em outros seis municípios da região abrangidos pela subsede de Passo Fundo, também houve paralisação. O motivo era o impasse na negociação do repasse salarial com a estatal, que já se arrasta há meses. A empresa oferecia 0,8%. Os trabalhadores pediam 3,25%.


No início de agosto, o TST solicitou que os funcionários não paralisassem as atividades até 31 de agosto. O prazo, de 30 dias, seria para que o judiciário pudesse mediar um possível acordo. Durante todo o período em que negociaram com a empresa, os trabalhadores mantiveram estado de greve.


Determinação judicial
Um dia após o início da greve, na quinta-feira (12), o ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST) Mauricio Godinho Delgado determinou que 70% dos empregados dos Correios mantivessem as atividades da empresa durante a greve. Pela decisão, o descumprimento do efetivo acarretará na aplicação de multa de R$ 50 mil por dia aos sindicatos da categoria.


A decisão do ministro foi proferida em audiência de conciliação feita nesta tarde entre a empresa e os sindicatos que representam os trabalhadores. Na reunião, o ministro propôs o fim da greve. Em contrapartida, os Correios devem manter os termos do atual acordo coletivo de trabalho e o plano de saúde dos empregados até 2 de outubro, data do julgamento do dissídio coletivo pelo TST.


Segundo a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect), mesmo com a mediação já iniciada no TST, referente ao processo de negociação do Acordo Coletivo 2019/2020, a empresa deixou de receber os representantes dos trabalhadores. Para a entidade, a empresa não dá prejuízo e não depende de financiamento público. Os empregados também são contra a eventual privatização dos Correios.


Em nota, os Correios afirmaram que aceitaram a proposta de encaminhamento do ministro "para minimizar os impactos da paralisação, inclusive a perda de clientes para a concorrência". A empresa também declarou que espera chegar a um "entendimento razoável" para não comprometer suas finanças. "Vale destacar que, atualmente, as despesas com pessoal equivalem a 62% dos dispêndios anuais da empresa", diz o comunicado.

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