Servidores estaduais da Saúde entram em greve

Funcionários da 6ª Coordenadoria Regional de Saúde (6ª CRS) decidiram paralisar as atividades por tempo indeterminado

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Categoria protesta contra o pacote de medidas do governador LeiteCategoria protesta contra o pacote de medidas do governador Leite
Categoria protesta contra o pacote de medidas do governador Leite
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Os servidores públicos estaduais da 6ª Coordenadoria Regional de Saúde (6ª CRS) entraram em greve, nessa terça-feira (26), por tempo indeterminado. A paralisação foi decidida durante assembleia, no dia 14 de novembro, em Porto Alegre. A categoria protesta contra um pacote de medidas, apresentado em outubro pelo governador Eduardo Leite, que promove a reforma na carreira e na previdência dos servidores públicos estaduais, como forma de ajuste fiscal. Em Passo Fundo, funcionários da 6ª CRS passaram a tarde de ontem de braços cruzados em frente à sede do órgão. De acordo com o servidor e representante da categoria, Sheldon Hiller, somente serviços mínimos de atendimento estão sendo mantidos, conforme determina a legislação. A estimativa atual é de que, das 20 coordenadorias regionais de saúde espalhadas pelo Estado, 15 estejam paralisadas.


Ligada à Secretaria Estadual da Saúde do Rio Grande do Sul e sediada em Passo Fundo, a 6ª CRS representa as políticas do Sistema Único de Saúde em 62 municípios da região Norte do Estado. O órgão serve de agente para a implementação do planejamento da gestão estadual tem como objetivo orientar as políticas públicas com base nas necessidades de saúde da população gaúcha. “Por lei, devemos manter alguns serviços de atendimento à população, como a vacinação e procedimentos de urgências. Isso está sendo respeitado em todas as coordenadorias, mas em grande parte dos outros setores há paralisação”, esclarece Hiller.


Em nota, a categoria menciona que decidiu se unir ao movimento de outros servidores espalhados pelo Estado, como forma de protesto contra os projetos do governo que “alteram de forma drástica as carreiras dos servidores públicos, aumentando descontos e retirando direitos, dificultando ainda mais suas vidas, mesmo com salários atrasados há 47 meses e décimos-terceiros parcelados”. Embora a adesão ainda seja parcial, a expectativa é de que o movimento cresça nos próximos dias. “Alguns servidores optaram por não entrar em greve no dia de hoje, mas a maioria já aderiu e esperamos que esse número vá aumentando, até ser total. Todas as categorias estão sendo atingidas, então é fundamental que apoiemos uns aos outros. Queremos construir um movimento unificado”, explica o representante da categoria.


Segundo o governo, quando somadas, as alterações nas carreiras e na previdência devem gerar receita de R$ 25 bilhões em dez anos. O Estado defende a reforma estrutural como uma ação necessária para enfrentar a crise fiscal. Os servidores, por outro lado, rebatem a justificativa. “Esperamos que o governo compreenda que não é admissível descontar ainda mais do servidor para tentar justificar um ajuste que seria feito sobre a categoria que mais sofre no momento, com deterioração da remuneração, atraso nos salários e retirada de direitos que foram historicamente conquistados, através de muito trabalho. Tudo isso dificulta ainda mais a nossa sobrevivência e, se afeta o servidor, com certeza, afeta o serviço oferecido à população”.

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