A chuva, que marcou a segunda e a terça-feira com pancadas rápidas e isoladas, volta a se afastar do Estado a partir desta quinta-feira (23). O motivo, de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia, é uma entrada de ar seco. A notícia desanima os agricultores que já sentem os prejuízos da estiagem. Embora, conforme o observador meteorológico da Embrapa Trigo/Inmet, Ivegndonei Sampaio, em parte dos municípios da região o acumulado de chuva nos primeiros 21 dias do ano tenha ultrapassado a média histórica prevista para janeiro, as chuvas têm sido mal distribuídas.
Em Passo Fundo, até às 15h de ontem (21), o acumulado de chuva registrado era de 181 mm – cerca de 30 mm acima da média. “Na terça, a precipitação foi de apenas 6 mm. Não surpreendeu, já esperávamos que fosse em baixo volume. Nessa quarta-feira, caso a previsão se confirme, as pancadas de chuvatambém serão fracas”, comenta Sampaio. Ele adianta ainda que, nesta quarta-feira (22), a sensação de abafamento pode dar trégua à noite, quando acontece um ligeiro declínio nas temperaturas.
Na quinta-feira, de céu claro a parcialmente nublado, o município deve registrar temperaturas entre 16° e 28°C. Na sexta, a mínima cai para 14°C, mas a máxima se mantém estável. As temperaturas voltam a se elevar gradativamente no sábado, com previsão de variação entre 14°C e 29°C, e no domingo, quando as temperaturas devem ficar entre 17°C e 31°C. “Destaque também para a baixa umidade relativa do ar nos próximos quatro dias. De acordo com o Inmet, ela pode ficar abaixo dos 30%”, expõe o observador meteorológico.
Situação de emergência
O governo do Rio Grande do Sultem monitorado a situação da estiagem, em todo o Estado, desde que os registros de precipitação começaram a minguar, no começo de dezembro. O boletim mais recente da Defesa Civil contabiliza, até o momento, 74 municípios em situação de emergência devido à estiagem. As culturas mais afetadas são milho, fumo, soja e feijão.
Dando sequência ao tema, o governador em exercício, Luís Augusto Lara, recebeuna manhã de ontem (21/1), no Palácio Piratini, representantes do setor agrícola, de movimentos sociais e dos municípios para fazer um levantamento das perdas causadas pela ausência de chuva. Desde o começo de janeiro, foram realizadas diversas reuniões semelhantes com entidades do setor para verificar a situação e mitigar as perdas.
Durante o encontro, Lara destacou que, além das medidas já anunciadas pelo Estado, será necessário reforçar o pedido de apoio ao governo federal. “Esse é o tema que mais angustia os gaúchos no momento. A cada cinco anos, enfrentamos o problema, mas sempre parece que é a primeira vez. Temos de enfrentar o tema com pressão política, vontade e orçamento”, garantiu o governador em exercício.
Entre as medidas, estão as solicitações, direcionadas ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, de prorrogação do prazo de zoneamento agrícola e de reserva de cota extra do seguro agrícola. “O secretário Covatti Filho está em contato com a ministra Tereza Cristina”, garantiu o secretário em exercício de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, Luiz Fernando Rodriguez Júnior.A pasta vem acompanhando as perdas registradas nas principais lavouras e culturas.