O número de trabalhadores com carteira assinada na área do agronegócio gaúcho registrou alta de 0,1%, em 2019, se comparado ao ano anterior. A mesorregião Nordeste, da qual Passo Fundo faz parte, foi a zona geográfica estadual que mais impulsionou a geração de empregos com a abertura de 1,1 mil postos de ocupação em atividades agropecuárias nos setores de carne e cultivo de lavouras permanentes, representando uma alta de 0,8%.
Os dados integram o relatório Indicadores do Agronegócio do RS: exportações e emprego formal em 2019, divulgado na manhã de quinta-feira (6) pela Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão. Conforme apontou o documento, enquanto, na região Nordeste, os setores que mais criaram empregos foram os corte e de plantio, agregando novos funcionários aos mais de 90 mil estoques empregatícios dedicados às atividades do agronegócio nessa área territorial, na Noroeste os saldos positivos concentraram-se no comércio atacadista de produtos agropecuários e agroindustriais, com mais de 754. As mesorregiões Metropolitana e Sudoeste gaúchas registraram as maiores perdas de emprego em 2019 justificadas em função dos desempenhos regionais dos setores de carnes e de cultivo de cereais, sobretudo de arroz.
Setor de máquinas em queda
No setor fabricante de máquinas e equipamentos agropecuários, os resultados do quarto trimestre confirmaram a desaceleração do ritmo de atividade produtiva no estado. Até o terceiro trimestre, o setor liderava a criação de empregos formais no agronegócio gaúcho. Porém, ao longo do ano, foram frustradas as expectativas de recuperação sustentada das vendas de colheitadeiras e tratores no território brasileiro, culminando em desaceleração da produção e em aumento das demissões no quarto trimestre fechando 998 postos formais de trabalho.
Balança em queda
Elaborado pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE/Seplag), o documento indicou, ainda, uma redução, em números absolutos, de US$ 384 milhões nos valores exportados pelo Rio Grande do Sul em produtores agrícolas. A guerra comercial travada entre Estados Unidos e China, no ano passado, refletiu na balança comercial gaúcha com a retomada parcial das vendas da soja do país americano para o gigante asiático, em 2019, e a ocorrência da peste suína africana, que reduziu a demanda chinesa pela oleaginosa. Embora se mantenha como principal parceiro do agronegócio estadual, responsável por 45,4% do valor total comercializado, a China, no entanto, reduziu em 9% o índice de compra da soja, mas impulsionou a exportação de outros produtos. Se com a soja o movimento foi de queda, os setores de fumo, carnes, produtos florestais e de cereais, farinhas e preparações tiveram incremento expressivo nas vendas. Entre as proteínas animais, as exportações de carne de frango cresceram 46,3% e suína 51,9%, liderando o crescimento no valor comercializado.
Além da China, os cultivos produzidos no solo gaúcho embarcaram para a União Européia, Estados Unidos, Arábia Saudita, Coréia do Sul e Irã, mantendo o ranking dos principais parceiros econômicos do estado. Em crise e atravessado pela troca de governo, a Argentina foi o país sul-americano que menos importou produtos brasileiros. A venda de máquinas agrícolas e implementos agrícolas foi a principal causa para a redução no comércio bilateral entre o estado com a nação governada, à época do levantamento dos indicadores, por Maurício Macri, em uma queda estimada em 36%.