A quarta-feira de cinzas foi de reconstrução para os moradores do pequeno município de Camargo, distante cerca de 50 quilômetros de Passo Fundo, na região norte do estado. Um temporal atingiu a cidade, na terça-feira à tarde, deixando um rastro de destruição e prejuízos. Apesar dos danos materiais, tanto na área urbana como no interior, ninguém ficou ferido. A prefeita, Eliani Mesacasa Trentin, decretou situação de emergência.
A chuva com vento forte e a presença de granizo, que atingiu o município, durou aproximadamente 15 minutos. Tempo suficiente para destelhar aproximadamente 120 casas, derrubar árvores, postes e silos de empresas. Os bairros São José, Primavera e Santo Antônio, foram os mais atingidos. O prédio da prefeitura municipal teve o telhado arrancado. Algumas salas foram alagadas e os serviços estão suspensos temporariamente.
Os moradores ficaram sem abastecimento de água e de energia elétrica por quase toda a quarta-feira. Por conta disso, as aulas para os cerca de 600 alunos das redes municipal e estadual, seguem suspensas. De acordo com o vice-prefeito, Dilmovan Portella Cavalini, a prefeitura deve realizar uma reunião na tarde de hoje, para nova avaliação dos estragos e retomada dos serviços.
Através de nota, a RGE informou que 14 equipes trabalhavam ontem na reconstrução da rede elétrica e restabelecimento da energia elétrica na cidade. A expectativa era normalizar o funcionamento em todo o município até o final da tarde de ontem.
O temporal também atingiu a área rural de Camargo. Galpões foram destruídos, estradas obstruídas e lavouras de soja danificadas com a queda do granizo.
Reconstrução
Durante toda a madrugada e o dia de ontem, funcionários da prefeitura, com o apoio da Defesa Civil do Estado e também da Força Voluntária do Norte Gaúcho, auxiliam as famílias na distribuição e instalação de lonas sobre as casas, na limpeza das ruas e estradas e abastecimento de água.
Moradora de Camargo há 45 anos, Santina Pagnussat, 77, disse nunca ter visto algo parecido como o temporal que atingiu o município na terça-feira. "Eu estava cozinhando, quando olhei pra fora e vi as árvores caindo. Parecia o fim do mundo. Sou proprietária da casa ao lado, a sorte que ela estava vazia. Uma mulher veio aqui alugar esses dias, ainda bem que não coloquei ela pra morar", conta.
Jaime Antônio Domeneguini, 69 anos, também disse ter ficado impressionado com a força do vento. "Não foram mais que três minutos. Vi os eucaliptos sendo decepados, arrancados. Nunca tinha visto nada parecido na minha vida. Não sou de ter medo do vento, mas terça-feira foi de arrepiar".
Ajuda
No prédio da prefeitura foi instalado um gabinete de emergência com objetivo de receber e entregar doações para as famílias atingidas.