A professora da UFRGS, Amanda Posselt Martin, reforçou a importância da prática correta da calagem, que resulta em maior resistência às plantas em períodos de estiagem. “A correção de acidez visa melhorar a eficiência produtiva e o solo. Mas é preciso acertar a dose, pois valores elevados podem ter efeitos maléficos, entre eles a diminuição da disponibilidade da maioria dos nutrientes”.
A engenheira agrônoma disse, ainda, que o manejo da calagem depende da forma como está sendo feito o plantio direto e que é preciso conhecer o sistema e o solo para obter os efeitos esperados. Também é preciso o mínimo revolvimento do solo, alto aporte de resíduos, cobertura permanente do solo e diversidade/rotação de culturas. “Uma prática isolada não resolve tudo. A base para que o processo resulte em produtividade está na amostragem do solo, o que é primordial para tudo funcionar”.
Giovani Stefane Fae, pesquisador da Embrapa, apontou que as raízes são grandes responsáveis pela construção de um solo fértil. “A raiz precisa do fluxo de gases em um solo estruturado, que tem 20% de oxigênio e 1% de gás carbônico. Já em um solo compactado, a taxa é de 0% de oxigênio e 21% de gás carbônico”, explicou.
A melhoria da produtividade passa, necessariamente, pelo correto manejo e estruturação do solo. “Tem que pensar em sistema. E não tem como o sistema plantio direto ser viável economicamente sem o milho: a palha protege, a raiz constrói”.
Para a engenheira agrônoma Fernanda Falcão, o solo é a base para a sustentabilidade e é imprescindível considerá-lo como o maior patrimônio dentro da propriedade. “O plantio direto bem feito, cobertura permanente do solo e boa raiz, juntamente com a semeadura em contorno e terraceamento, resultam no sistema perfeito de produção, conforme o que vem sendo feito com sucesso em nossas propriedades”.