Desde o começo da pandemia do Covid-19, as duas unidades regionais da empresa BRF, em Marau e Serafina Corrêa, registraram 19 casos positivos para infecção da doença.
A localidade mais afetada, contudo, é filial da gigante alimentícia em Marau. Dos 18 exames sorológicos que atestaram o contágio entre os funcionários da empresa, pelo menos quatro pacientes já se recuperaram e voltaram às atividades, enquanto outros quatro colaboradores estão hospitalizados e 10 permanecem em isolamento domiciliar.
Na unidade de Serafina Corrêa, uma industriaria, de 60 anos, contraiu o vírus por transmissão comunitária ainda no dia 19 de março, segundo informou a Vigilância Epidemiológica do município. Por ser considerada integrante do grupo de risco, ela permanece afastada das funções laborais há um mês. O marido dela, também funcionário da empresa, testou negativo para a infecção.
A cidade, que já soma 12 moradores contaminados pelo Covid-19, conforme apontou o boletim epidemiológico local, no final da tarde de terça-feira (28), também notificou o contágio detectado no organismo de um médico do trabalho, responsável por atender os colaboradores da BRF. As autoridades sanitárias não sabem, porém, se o vírus foi transmitido nas dependências da fábrica.
O Sindicato da Alimentação de Marau (STIA), por sua vez, alegou estar acompanhado a situação para garantir que as medidas de segurança sejam tomadas, com o objetivo de presentar a integridade dos funcionários. O presidente do sindicato, Alcemir Costela, disse que estão sendo realizadas reuniões semanais com os diretores da empresa para apresentar as ações desenvolvidas, bem como um balanço dos casos na cidade marauense. “Montamos um comitê que tem o objetivo de fiscalizar as ações dentro da empresa. Todos os funcionários passam por um túnel de cinco metros para desinfecção na entrada e na saída da empresa. Há mais horários de ônibus, mais espaço nos refeitórios e vestiários, tudo com o objetivo de evitar aglomeração”, afirmou ele.
O líder sindical destacou, ainda, que houve um acordo para a empresa afastar os funcionários que pertencem aos grupos de risco, e uma das soluções que está sendo adotada pelos gestores, segundo ele, é a concessão antecipada de férias.
Empresa firmou acordo nacional com o MPT para garantir medidas de proteção ao trabalhador. Foto: Luciano Breitkretz/ON
Acordo
Responsável pelas marcas Sadia e Perdigão, a BRF sofreu um impacto significativo na produção de alimentos durante o período da pandemia. A produção diária, que era de 215 mil frangos, na unidade de Marau, caiu para 170 mil. Em grande parte, esta queda se deve às medidas de garantias da saúde de seus funcionários.
No domingo (26), a empresa firmou junto ao Ministério Público do Trabalho (MPT) um termo de compromisso, em âmbito nacional, para assegurar medidas de proteção à Covid-19 em todas as unidades de abate e processamento de aves.
Dentre as medidas anunciadas, está o reforço na obrigatoriedade de distanciamento mínimo entre empregados nas entradas e saídas das unidades, postos de trabalho, refeitórios, espaços reservados às pausas e vestiários. A BRF, segundo o documento assinado, também intensificará distribuição de máscaras de proteção, com troca periódica, para todos trabalhadores.
Através do termo, os gestores das indústrias se comprometeram, ainda, a manter o limite de 50% da capacidade de trabalhadores sentados nos veículos fretados pela empresa, além de disponibilizar testes para diagnósticos da Covid-19 nas unidades localizadas em municípios onde os exames não estão sendo feitos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), bem como vacinação, para todos empregados, de forma gratuita, para proteção contra os vírus Influenza A (H1N1), A (H3N2) e B com vistas a melhor identificação dos casos sintomáticos de coronavírus. O afastamento do empregado que apresentar sintomas clínicos da doença permanecerá afastado das funções trabalhistas, conforme a política já em vigor em todas as unidades fabris.